'As escolas continuam despreparadas', diz pai de adolescente ferido em ataque a colégio em Medianeira

  • 14/03/2019

Depois de quase seis meses do ataque ao Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira, no oeste do Paraná, o pai de um dos alunos feridos disse nesta quarta-feira (13) lamentar a falta de ações que possam evitar novos atentados.

“Percebo que as escolas, depois de tantos atentados aqui no Brasil e nos Estados Unidos, continuam despreparadas para essas fatalidades. O governo, por sua vez, não tem nenhuma política de prevenção para apresentar à população. Algo urgente precisa ser feito, mesmo que tenha que partir de nós”, comentou Éder Facundo.

Ao menos dez pessoas morreram e outras nove ficaram feridas em um ataque em uma escola estadual em Suzano (SP) na manhã desta quarta, o primeiro depois do registrado em Medianeira, no dia 28 de setembro de 2018.

Na época, dois alunos de 15 anos invadiram o colégio munidos de explosivos feitos artesanalmente, uma faca e um revólver que pertencia ao pai do atirador. A dupla invadiu uma das salas, ferindo dois estudantes: um jovem de 18 anos, com um tiro de raspão da perna, e Bruno, com um tiro nas costas.

As investigações apontam que o atirador planejou o ataque por estar sofrendo bullying de colegas de escola. Ele e o outro adolescente que participou do ataque foram condenados a cumprir medida socioeducativa por tempo indeterminado.

O atirador continua internado no Centro de Socioeducação (Cense) de Cascavel. Já o outro envolvido voltou para casa no dia 16 de fevereiro.

Volta à rotina e prevenção ao bullying

De acordo com o pai, Bruno continua se recuperando da lesão que sofreu na coluna e que prejudicaram parte dos movimentos do lado esquerdo e aos poucos está retomando a rotina.

O adolescente está cursando o segundo ano do ensino médio no mesmo colégio, faz aulas de inglês e também voltou a tocar na fanfarra, onde foi convidado a ser professor de instrumentos de sopro.

“Eu e minha família estamos em contato com as famílias diretamente envolvidas no atentado aqui em Medianeira e ajudando no que podemos na reestruturação das famílias dos menores responsáveis pelo ataque”, contou o pai de Bruno.

A família também está desenvolvendo um projeto de prevenção ao bullying.

“Não devemos de forma nenhuma baixar as nossas cabeças esperando que notícias como estas envelheçam e se renovem em outro lugar, com outras pessoas. É muito triste saber que outras famílias vão ter que chorar, lutar e gerenciar as consequências para seguir em frente”, completou.

G1

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