Classificação na Argentina serve para dar identidade a um Corinthians em formação
- 28/02/2019
Com Love em campo, Timão faz ótimo
segundo tempo contra o Racing, fora de casa, e se classifica nos pênaltis;
defesa ainda tem questões, mas ataque dá sinais de reação
A vitória do Corinthians nos pênaltis sobre o Racing, nesta quarta-feira, em
Avellaneda, na Argentina, não serve apenas para dar uma vaga à segunda fase da Copa Sul-Americana.
A equipe de Fábio Carille, em formação, vai ganhando
identidade depois de mais um grande teste em 2019 – os outros foram Palmeiras,
São Paulo e o próprio Racing, no jogo de ida da primeira fase.
No mesmo ambiente hostil
do Cilindro, há dois anos, o time campeão brasileiro de 2017 foi eliminado do
mesmo torneio após empatar sem gols com o Racing e perder a cabeça –
Rodriguinho foi expulso.
Agora, ainda que o Racing
tivesse apenas três titulares em campo, a classificação na bola (e nos pênaltis
defendidos por Cássio) mostrou um time que está amadurecendo.
A atuação de Cássio fez o
ex-goleiro Ronaldo, recordista de jogos na posição no Corinthians, afirmar que
o atual titular é o
maior goleiro da história do clube.
O jogo
O Corinthians entrou em campo para esperar o Racing e jogar por uma
bola, ainda que tenha sido armado num 4-1-4-1, com Pedrinho e Sornoza por
dentro, e Ramiro aberto pela direita.
No decorrer do primeiro tempo, o Timão se fechou bem pelo meio, mas
deixou os corredores abertos para o rival, que sempre levou vantagem por ali –
Soto sobre Fagner, pela direita da defesa, e Pillud e Solari sobre Danilo
Avelar, pela esquerda.
A bola passou a rondar perigosamente a área de Cássio, indo de
um lado a outro e procurando alguém que completasse a gol. Não à toa, o Racing
teve 66% de posse de bola na primeira etapa.
O castigo por tanta passividade veio aos 41 minutos, num
lance em que os corintianos, postados em linha, observaram Pillud rolar para
Neri Cardozo. O meia, bastante técnico, colocou a bola na cabeça de Cristaldo,
que se posicionou atrás de Fagner, mais baixo, e cabeceou a gol – Manoel não
achou ninguém no lance. Foi um resumo do momento da defesa corintiana em 2019.
Na frente, sem Jadson, o Corinthians vive de lampejos de
Pedrinho (na habilidade) e Sornoza (na bola parada) para tentar fazer a bola
chegar a Gustagol. Muito marcado, o artilheiro só levou vantagem em disputas
pelo alto no meio de campo, na famosa "casquinha".
No segundo tempo, a entrada de Love na vaga de Clayson
acertou a engrenagem. Jogando atrás de Gustagol, e com Sornoza e Pedrinho
abertos, mais Ramiro ao lado de Ralf, as aproximações surgiram, Fagner pôde
avançar, e o Corinthians fez de Gastón Arias, goleiro do Racing, o melhor
jogador em campo.
Love fez um golaço de voleio, e mesmo depois da saída de
Pedrinho, lesionado, e a entrada de Richard, o Timão continuou mostrando uma
velocidade que não tinha com a bola nos pés.
Nos pênaltis, Sornoza e Danilo Avelar erraram, mas
Cássio, em noite na qual igualava Gylmar dos Santos Neves como segundo goleiro
com mais jogos pelo Corinthians (395), pegou duas cobranças e levou o
Corinthians à próxima fase. Atuação grande, que faz o torcedor ter mais
paciência no início de trabalho e notar que há boa margem para evolução.
Por Diego Ribeiro G1
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