Ação inédita: regularização em massa de imóveis públicos vai gerar R$ 1,8 milhão de economia
- 29/05/2025
Servidores
desenvolveram metodologia inédita: apenas um contrato permitirá a regularização
dos 300 lotes – ação pioneira nesta área. Iniciativa é da Secretaria da
Administração e da Previdência, em parceria com o Banco Mundial, pelo programa
Paraná Eficiente.
Em uma ação inédita no País, o Governo do Paraná vai regularizar
simultaneamente 300 imóveis públicos estaduais espalhados por diferentes
regiões do Estado. O projeto é fruto de um amplo diagnóstico realizado pelo
Departamento de Patrimônio do Estado, vinculado à Secretaria da Administração e
da Previdência (SEAP), que mapeou imóveis e desenvolveu uma metodologia que
permite a execução em bloco das regularizações. Até então, era necessário
realizar a regularização de um imóvel por vez, com abertura de licitações
individuais, além de todo o processo de regularização que envolve uma série de
etapas burocráticas.
A base para o projeto foi construída entre 2018 e 2022, quando o Goverstado
realizou um trabalho detalhado para identificar quais imóveis estaduais ainda
não possuíam regularização fundiária. Foi uma força-tarefa: cada imóvel foi
localizado, analisado e classificado com informações como área, situação de
ocupação, estado documental e destinação potencial. Além disso, a SEAP
conseguiu precificar todas as etapas necessárias nos processos de
regularização, o que permitiu, pela primeira vez, a realização de uma única
licitação para contratação da empresa que ficará responsável pelos trabalhos de
regularização em bloco.
O levantamento resultou em um banco de dados com 1.477 imóveis com
necessidade de regularização. Os 300 primeiros foram selecionados como
projeto-piloto.
O investimento total será de R$ 2,7 milhões, financiados pelo Banco
Mundial por meio do programa Paraná Eficiente. O novo modelo vai gerar uma
economia de 41%, uma vez que realizar processos de regularização individuais
custa em média R$ 15,2 mil (por processo). Caso realizado individualmente, as
300 regularizações ultrapassariam os R$ 4,5 milhões. A economia com a nova
metodologia será de mais de R$ 1,8 milhão.
O montante inclui todas as despesas necessárias à execução da
regularização em massa, inclusive tributos, encargos sociais, trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais incidentes, taxa de administração, frete,
seguro, etc. A empresa vencedora da licitação para a execução do projeto foi a
Hiparc Geotecnologia, Projetos e Aerolevantamentos Ltda. O processo foi
homologado e o contrato deve ser assinado nas próximas semanas.
“Regularizar um imóvel público é um processo complexo, com diversas
etapas técnicas, legais e cartoriais. O que fizemos foi transformar esse
desafio em uma oportunidade: criamos um método que organiza, precifica e
viabiliza a execução em massa, o que representa agilidade, economia e
governança sobre o patrimônio estadual”, explica o secretário da Administração,
Luizão Goulart.
Segundo ele, o diagnóstico prévio realizado pelo governo estadual trouxe
uma visão completa e realista da situação. “Com ela, conseguimos fazer um
planejamento técnico, jurídico e financeiro que torna possível essa ação
coordenada. Isso jamais teria sido viável sem um diagnóstico bem feito”,
reforça o secretário.
A maior parte dos imóveis fica na região Norte do Estado, onde 102
imóveis serão regularizados. No Noroeste são 51 imóveis e em Curitiba e Região
Metropolitana, 45. Os demais estão espalhados pela região oeste, sudoeste e
central.
ECONOMIA E RAPIDEZ – Antes da criação da
nova metodologia, o Estado só conseguia contratar empresas para regularizar um
imóvel por vez. Isso tornava o processo lento e oneroso. Cada imóvel levava, em
média, de 10 meses a 2 anos para ser regularizado - sem contar o tempo de
preparação da licitação, que pode chegar a outros dez meses.
Agora, com o novo modelo, será possível concluir a regularização de 300
imóveis em 36 meses. O cronograma prevê o pagamento por etapas, à medida em que
os serviços forem sendo entregues pela empresa contratada, incluindo todos os
custos técnicos, legais, tributários e operacionais.
“É uma virada de chave. Esse projeto vai nos permitir dar destinação
correta a imóveis hoje ociosos, que poderão ser utilizados em projetos sociais,
doados a municípios ou vendidos em leilões, gerando receita para o Estado”,
detalha o secretário Luizão Goulart.
COMPLEXIDADE – A ausência de
regularização de imóveis públicos não é exclusividade do Paraná. Trata-se de
uma realidade comum também em municípios, outros estados e na União. Isso
porque muitos desses imóveis foram incorporados ao patrimônio público em épocas
em que não havia uma legislação clara sobre como proceder o registro de
propriedade.
Até meados do século XX, por exemplo, a transferência de imóveis era
registrada manualmente por meio das chamadas Transcrições das Transmissões -
documentos imprecisos e, muitas vezes, com descrições vagas sobre localização e
metragem.
Em muitos casos, os registros eram mantidos pela própria Igreja
Católica, sem padronização ou validação jurídica atual. O resultado: imóveis
com documentação antiga, incompleta ou desatualizada, que impedem, por exemplo,
reformas e até mesmo a doação ou venda do imóvel.
“O
processo inclui desde levantamentos topográficos modernos com uso de drones,
até o contato direto com vizinhos e confrontantes para a obtenção de anuência,
passando por trâmites junto a cartórios, órgãos públicos e georreferenciamento”,
detalha o chefe do departamento de Patrimônio do Estado, Felipe Carvalho.
https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Acao-
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