Ratinho Junior defende privatizações e concessões em evento com investidores
- 25/09/2024
O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou, nesta
terça-feira (24), em São Paulo, do J.Safra Brazil Conference 2024, evento
promovido pelo Banco Safra e que reúne investidores e lideranças públicas para
debater o cenário econômico e oportunidades de investimentos. Ratinho Junior
defendeu a agenda de privatizações e concessões promovida pelo Estado desde
2019, e falou sobre investimentos em infraestrutura, educação, geração de emprego
e Reforma Tributária.
“Essa é uma visão minha de governo e de sociedade, do estado
ser o menor possível e trazer a iniciativa privada para poder prestar serviços
para a população. Eu não tenho vergonha nenhuma em defender privatizações,
concessões, PPPs [Parcerias Público Privadas], sendo que o Paraná foi o Estado
que mais fez concessões, privatizações e PPPs no Brasil”, afirmou Ratinho
Junior.
Nos últimos cinco anos, o Paraná realizou importantes
privatizações, como a da Sercomtel, empresa de telefonia com sede em Londrina,
e Copel Telecom, subsidiária da Copel na área de internet e fibra óptica; a
concessão do Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa; a transformação da
Copel em corporação; e mais recentemente PPPs da Sanepar para universalização
do saneamento básico no Estado. Além desses, o programa contempla a Pedreira do
Atuba, quatro aeroportos e os pátios do Detran.
“Com R$ 11 bilhões em investimentos nos próximos quatro
anos, parte do Governo do Estado, com a Sanepar, e parte do setor privado,
seremos o primeiro estado a universalizar o saneamento, em 2028, muito antes do
que preconiza o Marco do Saneamento”, explicou. “Nós fizemos um pacote robusto
de privatizações, concessões e PPPs, dando uma dinâmica muito grande para o
Estado.”
O Paraná também conta com o maior pacote de concessões
rodoviárias do Brasil. São 3,3 mil quilômetros de rodovias, distribuídos em
seis lotes. Dois deles (1 e 2) já estão em operação, outros dois (3 e 6) serão
leiloados em dezembro deste ano e os lotes 4 e 5 estão previstos para o ano que
vem. “É a primeira modelagem da história que une rodovias estaduais e federais.
Somente em investimentos serão R$ 60 bilhões em sete anos, o maior da América
Latina em obras”, disse.
Ratinho Junior também apresentou aos empresários a
privatização da Ferroeste, estrada de ferro que liga Cascavel a Guarapuava, no
Interior, e que conta com a concessão da malha entre Maracaju, no Mato Grosso
do Sul, até o Porto de Paranaguá. O trecho, que atualmente conta com cerca de
250 quilômetros de extensão, poderá chegar a 1.300 quilômetros de linha férrea,
com os estudos de viabilidade econômica e ambiental prontos, além de audiências
públicas realizadas.
TRIBUTOS – Ao lado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e
do ex-ministro da Fazenda e um dos diretores do Banco Safra, Joaquim Levy,
Ratinho Junior falou sobre a mudança no sistema tributário brasileiro, aprovada
pelo Congresso Nacional no final de 2023. Ele defendeu que a gestão seja
descentralizada de Brasília, como acontece hoje, para uma maior autonomia dos
estados e municípios.
“Eu já estive mais motivado com a Reforma Tributária. Apesar
de a simplificação ser um bom avanço, nunca me enganei com o discurso de que
seriam diminuídos tributos no Brasil. Não tem como diminuir tributo se não
sabemos o tamanho da máquina, e só teremos noção desse tamanho quando for feita
uma Reforma Administrativa”, defendeu o governador do Paraná.
Reforma esta que, como lembrou Ratinho Junior, foi realizada
logo no início de sua primeira gestão. “No Paraná fizemos um trabalho de
organização das finanças. Demos um salto nos últimos cinco anos de organização
da casa, diminuindo a máquina pública e gastos supérfluos, e agora, desde o
Plano Real, devemos ter pela primeira vez o Capag A [Capacidade de Pagamento]”,
salientou. “Isso é uma demonstração da saúde financeira do Estado.”
DESTAQUES – Durante sua fala, Ratinho Junior destacou o fato
de o Paraná ter sido reconhecido, pela quarta vez consecutiva, como o Estado
mais sustentável do Brasil, de acordo com o Ranking de Competitividade dos
Estados, sem deixar de lado o cuidado com o meio ambiente e a industrialização
de seus produtos.
“Nosso planejamento é consolidar o Paraná como supermercado
do mundo, já que 37% da nossa economia vem da produção de alimentos. Nós não
queremos fazer somente o extrativismo agrícola, que é pegar a produção do
campo, colocar no navio e mandar para os asiáticos industrializaram, mas sim
fazer o caminho contrário, industrializando tudo no Paraná”, comentou.
De acordo com o Banco Central, o Paraná registrou o maior
crescimento proporcional da atividade econômica do Brasil em 2023, com 7,8%. O
Produto Interno Bruto (PIB) do Estado no ano passado fechou em 5,8%, o dobro do
registrado a nível nacional, de 2,9%. Na outra ponta, foram mais de R$ 280
bilhões em investimentos privados no Estado desde 2019, sem deixar de lado a
sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente.
“Essa visão de ter responsabilidade fiscal, financeira e de
ter um planejamento de médio e longo prazo, tem dado tranquilidade para os
investidores terem um porto seguro para realizarem seus investimentos”,
ressaltou.
O governador também comentou sobre os bons índices
alcançados pelo Paraná nas áreas de educação e emprego. Na primeira, o Estado
conquistou a nota mais alta no ranking geral Ideb em 2023, com 4,9 no ensino
médio e 5,5 no ensino fundamental (anos finais), com mais de 500 mil alunos com
aulas de programação e educação financeira nas escolas estaduais; e no segundo,
com taxa de desocupação de 4,4%, a menor taxa nos últimos dez anos, indicando
que o Paraná vive um momento de pleno emprego.
Na sequência, Ratinho Junior participou de um encontro com
empresários para apresentar os potenciais do Paraná a possíveis investidores.
EVENTO – Em sua 3ª edição, o J.Safra Brazil Conference é
organizado pelo Banco Safra e reúne investidores, empresários, empreendedores e
lideranças públicas para debater o cenário econômico e oportunidades de
investimentos. Em dois dias de evento, são mais de mil reuniões entre
investidores e 130 executivos das principais empresas brasileiras listadas na
Bolsa de Valores.
AEN | Foto: Jonathan Campos/AEN
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