Terra nua do Paraná é a mais cara do país
- 12/06/2024
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep)
reivindicou ao Congresso Nacional a derrubada da medida provisória 1227 de
2024, do governo federal, que delega às prefeituras de cada município a palavra
final sobre questões envolvendo o Imposto Territorial Rural (ITR). Na visão da
Federação, a medida causa falta de uniformidade na aplicação das normas
relativas ao ITR, reduzindo a chance de sucesso nas discussões administrativas,
além de aumentar a burocracia e ameaçar a competitividade do agro.
O valor de terra nua do Paraná é o mais caro do país e o
problema acontece desde 2019, quando a instrução normativa publicada pela
Receita Federal alterou as regras para o cálculo do imposto sobre a propriedade
territorial rural. O regulamento modificou a forma de prestação de informações
sobre o valor de terra nua, pelos municípios, que aderiram ao convênio e
assumiram a responsabilidade pela cobrança do imposto, ficando com 100% da
arrecadação.
A Faep conta que tem recebido muitas reclamações de
produtores rurais de todas as regiões. Eles relatam que estão sendo notificados
e cobrados pela Receita Federal do ITR, acima do que o devido.
Atualmente 231 prefeituras paranaenses possuem convênio
vigente com a Receita Federal para a cobrança do ITR, e conforme a legislação,
os valores de VTN (Valor de Terra Nua) devem ser definidos mediante
levantamento técnico realizado por profissional legalmente habilitado,
vinculado ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CREA) e aos
correspondentes conselhos regionais, e contratado pela prefeitura, o
procedimento garante rigor e caráter técnico ao levantamento.
Klauss Kuhnen, gerente do departamento jurídico do Sistema
Faep/Senar-PR
explica que isso não vem acontecendo e por isso, gera
disparidades técnicas, o que levou a Faep a contratar novos laudos e fazer a
comparação. “Os valores utilizados pelas prefeituras (com base no Deral) estão
incorretos. Mostramos isso também para a Receita, que ficou surpresa com várias
dessas informações. Comprometeram-se em questionar as prefeituras sobre como
estão fazendo o levantamento. A diferença identificada chega em alguns casos a
50%, até 60%”, disse Kuhnen.
“Os valores utilizados pelas prefeituras (com base no Deral)
estão incorretos. Mostramos isso também para a Receita, que ficou surpresa com
várias dessas informações. Comprometeram-se em questionar as prefeituras sobre
como estão fazendo o levantamento. A diferença identificada chega em alguns
casos a 50%, até 60%”
Canal Rural | Foto: Roberto Dziura Jr/AEN
Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874
0 Comentários