Governador sanciona lei que cria o programa Parceiro da Escola
- 05/06/2024
O governador Carlos Massa Ratinho Junior sancionou nesta
terça-feira (4) a lei ( 22.006/2024 ) que cria o programa Parceiro da Escola e
permite a implantação em 204 unidades elegíveis da rede estadual . Ele foi
aprovado por ampla maioria na Assembleia Legislativa após discussões nas duas
últimas semanas.
O programa da Secretaria de Estado da Educação (Seed) tem a
finalidade de melhorar a gestão administrativa e de infraestrutura de escolas
estaduais mediante parceria com empresas especializadas em gestão educacional.
As empresas ficarão responsáveis pelo gerenciamento administrativo de escolas
selecionadas e pela gestão de terceirizados na limpeza e segurança.
"O próximo passo é a consulta aos professores, pais,
alunos e responsáveis, que vão decidir, de forma democrática, se querem
implantar o projeto em suas escolas. É uma nova dinâmica para que a melhor
educação do País amplie seus horizontes", disse o governador Ratinho
Junior.
O Parceiro da Escola será instalado mediante consulta
semelhante à feita para implantação dos colégios cívico-militares. Ou seja,
dentro de um processo democrático, ouvindo a comunidade escolar. A votação nas
escolas será preferencialmente de forma presencial.
A consulta vai acontecer em 204 escolas, nas quais foram
observados pontos passíveis de aprimoramento em termos pedagógicos, projetando
inclusive a diminuição da evazão escolar.
A lei recebeu emendas dos deputados estaduais. Entre elas,
está a possibilidade do professor efetivo trocar de escola caso queira, por
meio da oferta de vaga em concurso de remoção. O programa garante aos
professores contratados pelo parceiro os mesmos salários e o direito à
hora-atividade prevista na legislação.
Há exigência de que o parceiro comprove cinco anos de
experiência, capacidade técnica e competência para o programa, que devem ser
critérios do edital. O parceiro ainda deverá ser avaliado a cada ciclo
contratual conforme parâmetros da Seed em relação à evolução da frequência,
evolução da aprendizagem, manutenção e conservação das instalações e satisfação
da comunidade escolar.
A lei ainda deixa claro que o parceiro atuará exclusivamente
nas dimensões administrativa e financeira, mantendo sob o controle da Seed a
autonomia absoluta sobre o projeto pedagógico. Em relação à merenda, a Seed
deverá fornecer a alimentação. Porém o parceiro poderá complementá-la se
necessário.
O Estado também divulgará anualmente os principais
indicadores de aprendizagem, frequência escolar, número de matrículas, taxa de
abandono e taxa de evasão escolar. A Seed vai definir em ato normativo as
atribuições administrativo-financeiros do diretor e do diretor-auxiliar da rede
nas escolas que integrarão o Parceiro da Escola.
O programa não atinge as escolas indígenas, as que atendem
as comunidades quilombolas e comunidades de ilhas, bem como as
cívico-militares.
PROJETO-PILOTO – Países desenvolvidos, líderes dos rankings
mundiais de educação, como Canadá, Coreia do Sul, Reino Unido e Espanha,
utilizam sistemas semelhantes de parcerias na administração.
No Paraná, o projeto-piloto já é desenvolvido desde 2023 no Colégio Estadual Aníbal Khury, em Curitiba, e no Colégio Estadual Anita Canet, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), totalizando 2,1 mil estudantes atendidos. Nessas duas instituições, os parceiros são Tom Educação e Apogeu.
Em ambas as entidades, os índices de matrículas, frequência
e desempenho escolar dos estudantes apresentaram melhoras significativas entre
2023 e 2024. Também houve matrícula de 100% no Enem.
No Colégio Estadual Anita Canet, o êxito do modelo de gestão
foi observado nos índices de matrículas e desempenho dos alunos. Em 2023, a
escola contava com 895 alunos matriculados e as matrículas subiram para 965, um
aumento de 8%. A frequência dos estudantes saltou de 84% para 88%. Em relação
ao aprendizado, dados da Prova Paraná, exame aplicado periodicamente na rede,
mostram que a média de acertos dos alunos da escola aumentou de 41% em 2022
para 45% em 2023.
No Colégio Estadual Anibal Khury os resultados são
similares. Em 2020 a escola atendia cerca de mil alunos, número que subiu para
1.141 em 2024. Em relação à frequência, o número passou de 85% em 2022 para 87%
em 2023. Outro dado relevante foi a redução das aulas vagas, que são aquelas
que deixam de ser dadas por falta ou ausência do professor. Em 2022, 22% das
aulas do ano não foram realizadas por tal motivo. Em 2023, a partir do modelo
que garante a presença de docentes na escola, o número de aulas vagas caiu para
6%.
Pesquisas realizadas pelo IRG instituto com os pais e
responsáveis nas duas escolas mostraram uma aprovação de mais de 90%. No Anita
Canet, 96% da comunidade aprovou o modelo e 93,1% se sente satisfeito ou muito
satisfeito com a parceria. No Anibal Khury 90% aprovam e 81,6% dos pais e
responsáveis estão satisfeitos ou muito satisfeitos.
AEN | Foto: Gabriel Rosa/AEN
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