Receita Federal e PF deflagram operação Follow the Money
- 07/03/2024
A operação Follow The Money desencadeada hoje é resultado de
uma força-tarefa entre a Receita Federal e a Polícia Federal em Curitiba (PR).
A investigação buscou seguir o fluxo do dinheiro ilícito e identificar o
patrimônio e os rendimentos oriundos da atividade criminosa da organização
liderada por empresário da região de Curitiba, ligado ao ramo de transportes,
construção e de aluguel de máquinas pesadas.
O líder dessa organização já havia sido preso por tráfico
internacional de entorpecentes e utilizava-se de documentos falsos para não
chamar a atenção. Durante os trabalhos foram identificadas ao menos mais duas
remessas de cocaína vinculadas ao grupo criminoso, sendo uma delas uma
apreensão de 700kg de cocaína ocultos em uma lixeira de metal que seria
transportada para o nordeste do Brasil, provavelmente para embarque com destino
ao exterior. A outra se refere a uma apreensão de aproximadamente 800kg de cocaína
em um navio rebocador na região de Santa Catarina (SC).
Para a lavagem de dinheiro, o chefe do grupo utilizava-se de
dezenas de pessoas e de empresa laranjas. E, com o intuito de ocultar ou
dissimular a verdadeira propriedade dos bens, adquiria veículos de luxo em nome
pessoas físicas sem capacidade econômico-financeira (laranjas).
Os imóveis para seu uso próprio eram adquiridos em nome de
uma imobiliária e de uma empresa de participações, as quais foram responsáveis
pela aquisição de ao menos 3 imóveis de luxo em Curitiba – PR que eram
utilizados para moradia.
Com o auxílio de um contador ligado aos criminosos, visando
dar aparência de legalidade aos recursos, as empresas em nome do chefe dessa
organização apresentavam declarações de faturamento à Receita Federal, mesmo
sem prestar nenhum tipo de serviço ou sem qualquer registro de venda de
mercadorias.
Em uma de suas empresas, foram gastos mais de R$ 8 milhões
na aquisição de máquinas pesadas para locação e prestação de serviços, mas ao
que tudo indica nenhum serviço era prestado. O sofisticado esquema de lavagem
envolvia compensações de boletos (cobrança bancária) que eram pagos por
empresas também ligadas à organização e suspeitas de serem exclusivamente
utilizadas para movimentação de recursos ilícitos.
Noutra empresa ligada ao ramo de “atividades esportivas” e
em nome de sua companheira, eram declarados valores provavelmente falsos
relativos a prestações de serviços apenas para justificar e dar aparência de
licitude a gastos e despesas pessoais do casal que de fato eram suportados com
recursos oriundos das atividades criminosas.
Apenas nos últimos dois anos e em relação a esse núcleo
principal, foi apurada a disponibilidade de aproximadamente R$ 18 milhões para
gastos pessoais e para aquisições de imóveis e veículos sem origem lícita
conhecida.
Será apurada ainda a origem lícita ou não dos recursos
utilizados para a compra de dezenas de caminhões em nome de empresas ligadas ao
grupo criminoso.
Foram realizadas buscas também em um escritório de
contabilidade em um bairro nobre de Curitiba – PR, cujo proprietário é suspeito
de criar empresas em nome de laranjas e de auxiliar a organização na lavagem de
dinheiro.
A operação contou com a participação de aproximadamente 130
Policiais Federais e 20 Auditores-fiscais e Analistas-tributários da Receita
Federal que cumpriram, ao todo, 33 mandados de Busca e Apreensão e 02 de Prisão
Temporária. Os mandados foram cumpridos nas cidades de Curitiba (PR), Piraquara
(PR), Tijucas do Sul (PR), Pontal do Sul (PR), Santo Antônio do Sudoeste (PR),
Londrina (PR), Loanda (PR), Camboriu (SC), Balneário Camboriú (SC), Barra Velha
(SC), Itapoá (SC) e Barroquinha (CE).
As ordens judiciais expedidas pela 14ª Vara Federal de
Curitiba preveem o sequestro de dezenas de imóveis, contas bancárias e de
veículos com suspeita de ligação com a organização criminosa.
Durante a operação em imóveis de luxo, foram encontrados
diversos veículos importados, maquinário agrícola, jet-skis e outros artigos de
alto valor agregados. Em algumas bolsas encontradas dentro de carros importados
foram encontrados mais de R$ 100 mil em espécie.
Assessoria
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