Daniel Alves é condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro de jovem em boate de Barcelona
- 22/02/2024
Daniel Alves foi condenado a
4 anos e 6 meses anos de prisão
por estupro de uma jovem de 24 anos no banheiro de uma boate em Barcelona, na
Espanha, no dia 30 de dezembro de 2022.
A sentença foi anunciada na manhã desta quinta-feira (22),
pelo Tribunal de Barcelona. A defesa do ex-jogador brasileiro pode apresentar
recurso e apelar para Sala de Apelações do Tribunal Superior de Justiça da
Catalunha. Ele já está preso há 13 meses e esse tempo será descontado da pena.
Além do tempo de reclusão, Daniel Alves terá que cumprir
cincos anos de liberdade vigiada (espécie de regime semi-aberto), e ficar nove
anos longe de qualquer contato da vítima, sendo proibido de entrar em contato
com ela e se manter distante pelo menos 1 km da casa e trabalho da denunciante,
além de indenizá-la em 150 mil euros (aproximadamente R$ 805 mil) por danos
morais, físicos e ajuda com o custo do processo.
O Ministério Público espanhol pedia a pena de 9 anos para
Daniel Alves e dizia que os acontecimentos "não eram merecedores de uma
pena mínima", que é de quatro anos, enquanto a acusação queria 12 anos
--tempo máximo para crime de agressão sexual na Espanha.
Inicialmente, a defesa solicitou a absolvição. Porém, em
caso de condenação, pediu 4 anos e que fosse considerado como atenuantes:
intoxicação alcoólica, reparação de dano com pagamento de 150 mil euros e violação do direito fundamental do acusado
(Daniel Alves diz que foi investigado sem ser informado inicialmente sobre a
acusação), e acabou atendida.
O julgamento do ex-atleta aconteceu no começo do mês e durou
três dias. Ao todo, 28 testemunhas foram ouvidas, além do próprio Daniel Alves
e da vítima, que prestou depoimento em uma sala separada e teve voz e imagem
distorcidas para não se reconhecida. A identidade dela não foi divulgada desde
o início do caso.
Em seu depoimento, Daniel Alves explicou as diferentes
versões para a acusação, se declarou inocente e afirmou que relação sexual com
a vítima foi consensual. Ele chegou a chorar e alegou que estava muito bêbado
no dia do crime. Já a vítima reforçou a acusação de estupro e agressão.
Após os três dias de julgamento, todo o conteúdo foi
analisado por três juízes antes do anúncio do veredito, anunciado hoje na
presença de todas as partes interessadas no caso. A expectativa inicial era que
a sentença só saísse em março.
RELEMBRE O CASO
Daniel Alves foi acusado de estuprar um jovem na noite de 30
de dezembro de 2022 no banheiro da boate Suton, no centro de Barcelona, na
Espanha. A casa noturna acionou o protocolo de violência sexual após a jovem
ser vista aos prantos por um funcionário. No momento, o ex-lateral não estava
mais no local.
No dia 20 de janeiro de 2023, Daniel Alves se apresentou
voluntariamente para prestar depoimento ao Tribunal de Barcelona e teve a
prisão decretada após apresentar contradições em suas falas. Na época, ele
defendia o Pumas, do México, e teve o contrato rescindido após a detenção.
O ex-jogador foi levado para o Centro Penitenciário Brians
2, nos arredores de Barcelona, e teve quatro pedidos de liberdade condicional
negados durante este mais de um ano de prisão. A defesa chegou a pedir
apreensão dos passaportes brasileiro e espanhol como garantia que ele não
deixaria o país, sem sucesso.
Além das contradições em seu depoimento, Daniel Alves também
enfrentou problemas em sua equipe jurídica. Em um primeiro momento, ele foi
representado pelo advogado Cristóbal Martell, reconhecido por grandes casos na
Espanha. Porém, em outubro do ano passado, o profissional deixou a defesa e
alegou ser "um caso perdido". Com isso, a advogada Inés Guardiola
assumiu o processo do brasileiro.
Na primeira declaração, o ex-jogador negou conhecer a
mulher. Após imagens do circuito interno de TV mostrarem os dois juntos, ele
disse que os dois ficaram apenas no papo. Em uma terceira versão, alegou
relação consensual, depois mudou e se colocou como vítima, e no julgamento
alegou estar alcoolizado.
Os exames de DNA confirmaram que houve penetração na relação
entre Daniel Alves e a jovem. Amostras de sêmen do piso do banheiro no dia da
agressão sexual também deram positivas quando confrontadas com o material do
brasileiro. Não houve registro de lesão na região da vagina da vítima, que teve
hematomas no joelho --corroborando com a versão de agressão-- e ainda foi
diagnosticada com estresse pós-traumático.
Redação Terra | Foto:
Reprodução/Instagram / Jogada10
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