Assembleia debate projeto de lei que pretende melhorar a vida de pessoas com diabetes
- 30/11/2023
A Assembleia Legislativa do Paraná iniciou nesta
quarta-feira (29) o debate sobre a implantação de políticas públicas para a
popularização e fornecimento pelo Estado de um aparelho que permite o controle
da diabetes de pacientes paranaenses. O projeto de lei que institui o Programa
de Monitoramento Digital Contínuo de Glicemia no Estado do Paraná será
protocolado na Casa nas próximas semanas. Uma das medidas da proposta é o
fornecimento de aparelho digital de medição e sensor de controle glicêmico para
os pacientes com idade entre quatro e 17 anos com Diabetes Mellitus (tipo 1 e
2). A proposição é assinada pelo deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD), em
parceria com o deputado Alexandre Curi (PSD) e a deputada Marcia Huçulak (PSD).
O assunto foi debatido durante a audiência pública
“Diabetes: Você Precisa Conhecer”, que contou com a presença de parlamentares,
especialistas e pessoas com diabetes. Os participantes reforçaram a importância
da tecnologia para o monitoramento e controle da doença. Para eles, a
apresentação da proposta pode melhorar a qualidade de vida dos paranaenses com
diabetes.
O deputado Luiz Claudio Romanelli informou que o objetivo do
encontro é provocar o debate sobre o fornecimento do equipamento. “Nós temos de
tratar esse tema que envolve a diabetes dentro da política pública de saúde.
Isso é necessário porque a diabetes, quando identificada e controlada, a pessoa
adquire uma condição de vida muito melhor. Caso não tratada, é uma doença
mortal. Por isso, o objetivo dessa audiência é justamente discutir com todos os
seguimentos para que a gente possa articular um projeto para fazer o
monitoramento por meio da tecnologia”, explicou.
A deputada Márcia Huçulak lembrou que este é um tema de
saúde pública que precisa ser debatido com frequência para que se possa avançar
no diagnóstico, no tratamento e no monitoramento da doença. A deputada recordou
que a prevenção é necessária, já que mais de 10% da população brasileira
convive com a diabetes. “Acho muito importante discutirmos todas as questões
relativas à saúde. Discutir diabetes é debater qualidade de vida das pessoas.
Pouca gente sabe, mas um bom controle pode prolongar a vida entre 10 e 15 anos.
Então hoje não é só a medicação. A atividade física, a diminuição do estresse e
a alimentação também são fundamentais para o controle da diabetes”, disse.
A médica endocrinologista Rosangela Réa, mestre em Medicina
Interna pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenadora da Unidade de
Diabetes do Hospital de Clínicas (HC), forneceu dados de que o auto
monitoramento feito pelo sensor glicêmico pode ser implantado pelo o Estado.
Segundo ela, os resultados do primeiro estudo brasileiro que faz uma amostra
demonstrando que esse custo para o Estado está dentro daquelas para
implementação de uma nova tecnologia. “O custo global do sistema pode se traduzir
em melhor controle da doença”, disse.
Durante sua apresentação, Oswaldo Avelino da Silva,
presidente da Associação Paranaense do Diabético falou sobre o trabalho do
órgão, com ações de acolhimento, educação, prevenção e promoção à saúde. Para
ele, a adoção de novas tecnologias vai ajudar aos pacientes. “O sensor de
glicemia vai trazer benefícios para o Estado lá na frente, que vai ter uma
economia enorme. A diabetes causa cegueira, amputação, função pró-renal, entre
outras. Se não tratado desde a infância, isso vai gerar problema lá na frente. Imagine
uma criança internada na UTI, quanto custa isso hoje? O diabetes não tem cura
ainda, mas tem controle”, lembrou.
A coordenadora de Promoção da Saúde na Secretaria de Estado
da Saúde do Paraná, Elaine Cristina Vieira de Oliveira, destacou que a
audiência é importante para dar visibilidade ao tema. “Quando temos esse
momento para trazer informação de qualidade e proporcionar conhecimento para a
população, nós avançamos também no cuidado em saúde e na identificação precoce
dos casos. Então a importância da audiência vem nesse sentido de levar
informação”, comentou.
Presenças
Também participaram da audiência o médico Mauro Scharf
Pinto, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, que sugeriu a
criação de uma força-tarefa com o objetivo de se criar uma linha de cuidados
baseados em evidências, planejamento de investimentos e melhorias para a
prevenção; a coordenadora da Associação Paranaense do Diabético Juvenil,
Carolina Lima, que falou sobre a jornada de mães de crianças e adolescentes com
diabetes; e a professora universitária Pollyanna Rodrigues Gondin, que é diabética
há 23 anos e falou sobre a importância do sensor de glicemia para manter uma
vida saudável. O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de
Justiça de Proteção à Saúde Pública do Ministério Público do Paraná, Marco
Antônio Teixeira, também esteve presente no evento.
Com Inf: Alep | Valdir Amaral/Alep
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