Brasileiras identificam raças inéditas de milho
- 16/11/2023
Um estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq) da USP analisou a história evolutiva e a diversidade genética do milho,
identificando microcentros e regiões de diversidade genética em diversos biomas
das terras baixas da América do Sul. O estudo destaca que a espécie está em
processo de diversificação, sendo gerida por agricultores familiares,
tradicionais, quilombolas, ribeirinhos e indígenas. Conduzida por Flaviane
Malaquias Costa sob orientação da professora Elizabeth Veasey, a pesquisa
envolveu a participação de 261 agricultores familiares e tradicionais, com
entrevistas de 129 deles por meio de uma rede de 29 instituições no Brasil e
Uruguai.
O estudo ressaltou a singular diversidade do milho em
diversas regiões, evidenciada pelos nomes locais exclusivos das variedades,
considerados indicadores importantes dessa heterogeneidade. As preferências e
usos das variedades locais estão fortemente vinculados às características
valorizadas pelos agricultores, especialmente em termos de alimentação,
influenciando suas escolhas. Foram identificados 34 valores de usos culinários
associados às variedades locais, abrangendo usos diretos na alimentação, potencial
culinário e atributos apreciados pelos agricultores. Além disso, o estudo
catalogou 29 raças de milho e três complexos raciais, incluindo 16 raças
anteriormente não documentadas na literatura.
“Os dados gerados por este estudo atribuem respaldo
científico às raças e variedades locais de milho e aos sistemas agrícolas
tradicionais da região, bem como poderão subsidiar políticas públicas
envolvendo estas áreas”, finaliza Flaviane Costa.
Com Inf: AgroLink | Foto: Pixabay
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