Conab: preço das hortaliças cai nos principais mercados atacadistas
- 19/10/2023
Hortaliças como alface, batata, cenoura e cebola estão
custando mais barato nas Centrais de Abastecimentos (Ceasas). É o que indica o
10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro
(Prohort), divulgado nesta quinta-feira (19) pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab).
De acordo com a estatal, a cebola foi o produto que
registrou a maior queda na média ponderada registrada em setembro, comparado a
agosto, mesmo com a menor quantidade disponível nos mercados.
“A produção pulverizada pelo país ajuda a explicar os preços
mais baixos, condição que permite inferir que a oferta se encontra mais próxima
aos centros consumidores, com menores custos de logística, posicionando os
preços em patamares mais baixos”, justificou a Conab, em nota.
Já a queda “contínua e unânime” das cotações observadas para
a batata é explicada pela intensificação da safra de inverno em todo o país,
com o total comercializado nas 11 centrais de abastecimento foi superior a 100
mil toneladas.
“No caso da alface, continua a tendência declinante dos
preços de forma menos intensa do que em meses anteriores. Porém, este movimento
de queda não foi unânime. O clima influenciou tanto na oferta quanto na demanda
da folhosa. O calor encurtou o ciclo da alface, o que obriga o produtor a
colocar seu produto no mercado, ao mesmo tempo que a alta de temperatura
aumenta a demanda do produto”, detalhou a estatal.
A cenoura também apresentou queda na média ponderada, mas
não em todos mercados pesquisados. Em setembro, a oferta deste produto foi
menor no atacado, na comparação com o observado em agosto. A Conab explica que
esse resultado foi registrado mesmo em meio às chuvas e às temperaturas altas
registradas no último mês em áreas produtoras localizadas em todo país – o que,
segundo a companhia, provoca perda de qualidade do produto e consequente
desvalorização e queda de demanda.
“Deve-se destacar que as precipitações em setembro no Rio
Grande do Sul praticamente interromperam a colheita, gerando queda de cerca de
65% dos envios deste estado à Ceasa”, acrescentou a Conab.
Segundo a Conab, apenas o tomate não apresentou uma
tendência de comportamento uniforme de preços no atacado, variando de acordo
com as maiores ou menores entradas do fruto durante o mês. “As variações de
temperatura, atrasando ou acelerando a maturação e, consequentemente,
proporcionando diminuição e aumento de oferta explica os preços oscilantes”,
justificou a companhia.
Frutas
No caso das frutas, o boletim informa que banana e mamão
mantiveram a tendência de queda nos preços, a exemplo da maioria das
hortaliças. O mercado atacadista de banana registrou queda das cotações em
setembro, em meio à boa oferta de banana-prata produzida no o sul e no norte
mineiro, onde a fruta amadureceu aceleradamente por causa da elevação das
temperaturas.
Foi registrada maior oferta do mamão papaia de diversas
regiões produtoras, mas com volume maior no sul da Bahia, o que possibilitou
queda na média ponderada dos preços, mesmo com o crescimento de demanda observado
a partir da segunda quinzena do último mês.
As temperaturas mais altas fizeram com que o consumo de
laranja e de melancia aumentassem, intensificando a procura pelas frutas em
setembro. No caso da maçã, houve elevação para as cotações e queda para a
comercialização da fruta na maior parte das Ceasas, mas esse comportamento é
tradicional nesse período do ano, segundo a Conab, uma vez que os estoques das
companhias classificadoras vão diminuindo.
Exportações
Entre janeiro e setembro, o volume total de frutas exportado
ficou em 694 mil toneladas, o que resultou em um total de US$ 794,8 milhões
comercializados. O valor corresponde a um aumento de 5,14% e 19,04%,
respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano passado.
“Os embarques de frutas como bananas (-26,7%) e mamões
(-10,1%) foram menores, enquanto foram ampliadas as vendas ao mercado externo
de mangas (14,3%), limões e limas (5,3%), melancias (11,3%) e abacates (142%)”,
detalha a companhia.
O Boletim Prohort tem por base levantamentos feitos nas
Ceasas de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, São
José (SC), Goiânia, Recife, Fortaleza, Rio Branco e Brasília.
Com Inf: AEN | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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