Transição de governo entra na 2ª semana após definir prioridades
- 13/11/2018
A primeira semana de trabalho da
equipe econômica de transição definiu as prioridades do governo do presidente
eleito Jair Bolsonaro. Na lista estão a reforma da Previdência, as
privatizações, medidas de ajuste fiscal, a autonomia do Banco Central e a
confirmação do nome que irá comandar a instituição.
Por determinação de Bolsonaro,
segundo a Agência Brasil, a reforma da Previdência deve priorizar, no Congresso
Nacional, as propostas infraconsticionais, aquelas que não alteram a
Constituição nem impedem a continuidade da intervenção federal na segurança no
estado do Rio de Janeiro.
O presidente eleito está
negociando diretamente com os parlamentares em busca de acordo e consenso. Na
semana passada, ele conversou durante toda uma manhã com deputados de vários
partidos. Para Bolsonaro, a fixação de idade mínima para homens e mulheres se
aposentarem é fundamental.
Ao optar pelas medidas
infraconstitucionais, o governo eleito tenta garantir que as propostas sejam
aprovadas ainda este ano, pois quando há modificações na Constituição, o
processo de votação passa por duas etapas na Câmara e no Senado, exigindo
também um quórum de dois terços dos parlamentares.
O economista Paulo Guedes,
confirmado para ocupar o Ministério da Economia (que deve reunir Fazenda,
Planejamento e Indústria, Comércio Exterior e Serviços), recomenda que a
discussão sobre o novo sistema para a Previdência seja ancorada na
capitalização.
Privatizações e ajuste
Privatizações e ajuste fiscal
também devem continuar sendo temas das reuniões nesta semana. Guedes afirmou
que a renegociação da dívida interna "está fora de questão" e que a
futura equipe vai trabalhar para fazer reformas e vender ativos a fim de
reduzir o endividamento do país.
Há indicações sobre a
privatização de empresas, mas ainda não foram citados nomes pela equipe de
transição. Em conversa com o governador eleito de São Paulo, João Doria, ele
confirmou que há um processo de desestatização em avaliação. Mas não entrou em
detalhes.
Banco Central
Integrantes da equipe econômica
confirmaram que há um consenso no futuro governo em favor da independência do
Banco Central, assim como a necessidade de definir em breve o nome de quem
comandará a instituição.
A preferência de Guedes é pela
permanência de Ilan Goldfajn no cargo, já que ambos têm em comum a defesa do
projeto de autonomia do BC, com mandato fixo de presidente não coincidente com
o do presidente da República. Mas isso depende da "motivação" de
Goldfajn.
Apesar de evitar antecipar sua
decisão, Goldfajn esteve pessoalmente na Câmara dos Deputados para tratar do
projeto de independência da instituição, o que, nos bastidores, sinaliza um
entendimento sobre a eventual continuidade de Goldfajn no cargo.
Caso não se confirme Goldfajn no
cargo, estão cotados o atual diretor de Política Econômica, Carlos Viana, os
ex-diretores do banco Afonso Bevilaqua, Mário Mesquita e Beny Parnes; e o
diretor do Santander, Roberto Campos Neto.
Bolsonaro
As ações do processo de transição
deverão ganhar mais celeridade a partir desta terça-feira (13), quando Jair
Bolsonaro retornará a Brasília. O presidente eleito tem agendados para esta
semana, dentre outros compromissos, encontros com os presidentes dos três
tribunais superiores: o STF, o STJ e o TSE. Outro assunto que deve começar a
ser tratado é o enxugamento do quadro de servidores comissionados, ou seja,
apadrilhados políticos, que hoje são mais de 11.500.
Foto: Fabio Pozzebom/AGBR
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