Bagaço da cana-de-açúcar: um potencial na geração de energia elétrica do país
- 06/11/2018
Nesta segunda-feira (05), o
Brasil Rural entrevista o pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia
e Materiais (CNPEN), Marcos Djun Barbosa Watanabe. Ele falou do projeto SUCRE
(Sugarcane Renewable Electricity) sobre a bioeletricidade gerada a partir da
palha e do bagaço de cana-de-açúcar.
O Projeto SUCRE, desenvolvido
pelo CTBE - Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol - tem como objetivo principal aumentar a
produção de eletricidade com baixa emissão de gases de efeito estufa na indústria
de cana-de-açúcar, por meio da palha gerada durante a colheita da cultura.
"O benefício ambiental dessa
fonte (biomassa) é ainda maior. O que acontece é que dentro das avaliações que
a gente faz no projeto, a gente compara muito a eletricidade gerada a partir da
biomassa de cana com fontes que são um pouco mais poluentes, que são fontes
fósseis, por exemplo, a eletricidade que é produzida a partir do gás natural.
Quando a gente compara a eletricidade de biomassa com a do gás natural, os
estudos que a gente tem feito mostram que a redução na emissão de gases de
efeito estufa pode ser até 8 vezes menor", esclarece Marcos Djun.
O pesquisador explica que a
geração de energia começa após a cana passar pelo processo de esmagamento e que
a sobra vai para fornalha gerando energia elétrica. Esse processo vem desde a
década de 70. Ele acrescenta ainda que cálculos do projeto indicam um potencial
de geração de energia elétrica na casa do 100 TWh, cinco vezes do que já é
produzido, do que é exportado para rede elétrica e que poderiam suprir 80% de
todo consumo de energia do país.
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