Irmão de Richa e outros sete serão transferidos para penitenciária da Lava Jato

  • 05/10/2018

O ex-secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Pepe Richa, irmão do ex-governador Beto Richa (PSDB), e o diretor da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) João Chiminazzo Neto, junto com outros seis presos da Operação Integração II, a 55ª fase da Lava Jato, serão transferidos da sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, para o Complexo Médico-Penal (CMP), em Pinhais, na região metropolitana. O pedido foi feito pela PF, que alegou limitação de espaço na carceragem da superintendência, no bairro Santa Cândida, que atende apenas presos provisórios.

A transferência deve ocorrer nesta sexta-feira (4). Não há horário definido. Na semana passada, por decisão do juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal, as prisões temporárias da operação foram convertidas em preventivas, sem prazo para terminar.O presídio para onde vão os detidos abriga os ex-deputados federais Eduardo Cunha e André Vargas e o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, entre outros presos e condenados da Lava Jato. São ao todo no CMP 21 presos da Lava Jato. No local eles dividem seis celas, onde cabem três pessoas.

Serão transferidos José Richa Filho, João Chiminazo, Ivano Abdo, Elias Abdo, Evandro Vianna, Claudio José Machado Soares, João Marafon e Luiz Fernando Wolf, além de Aluisío Teles Ferreira Filho, preso em outra fase da operação. Outros 21 presos em operações diversas também serão transferidos.

Na 55ª etapa da Lava Jato são apuradas irregularidades na concessão de rodovias federais no Paraná. O esquema teria funcionado por quase duas décadas. Segundo delatores, as concessionárias pagavam propina todos os meses a agentes públicos do Departamento de estradas de Rodagem e da Agência Reguladora do Paraná (Agepar) para obter vantagens como a aprovação de aditivos contratuais. Parte dos contratos firmados entre as concessionárias e o governo também era destinada como propina.

Além de Pepe Richa e Chiminazzo Neto, o dono do consórcio Triunfo Luiz Fernando Wolff Carvalho está entre os presos na operação deglagrada no dia 25 de setembro. A força-tarefa acusa Chiminazzo de intermediar pagamentos para políticos e agentes públicos em troca de aditivos contratuais e aumento das tarifas. Entre os alvos da operação também está o empresário Luiz Abi Antoun, primo de Beto Richa, apontado como operador político do esquema. Ele viajou para o Líbano três dias antes da expedição de mandado de prisão e, segundo a defesa, deve retornar até o próximo sábado (6).

A ação investiga esquema de corrupção na concessão de 2.450 quilômetros de rodovias federais do Estado, administradas por seis concessionárias - Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná.

Os pagamentos teriam ocorrido de 1999 até o início de 2018. “As empresas simulavam prestação de serviço com outras sociedades envolvidas no esquema. Essas outras sociedades produziam dinheiro em espécie. As empresas, com esse dinheiro em espécie faziam a entrega para o operação financeiro do esquema e esse operador distribuía para os agentes públicos corrompidos”, afirmou o procurador Diogo Castor de Mattos.

No esquema mais recente, supostamente iniciado em 2011, o pagamento de propina mensal a integrantes do governo Beto Richa seria de cerca de 2% dos valores de cada contrato com os fornecedores do DER. Esse esquema, segundo o MPF, durou até 2014, período em que teriam sido pagos mais de R$ 20 milhões em propinas. Para dissimular os valores, as empresas superfaturavam a contratação de serviços com empresas indicadas por Pepe Richa, que comandava a Secretaria de Infraestrutura e Logística, a quem o DER é subordinado.

Bem Paraná

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