Definido juiz que substitui Moro na investigação que tem como alvo Beto Richa

  • 21/09/2018

Foi definido nesta quinta-feira (20) que o juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal Criminal de Curitiba, vai assumir as investigações que levaram à deflagração da 53ª fase da Operação Lava Jato, e que tem como alvo o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB).

(CORREÇÃO: o G1 errou ao informar que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu o juiz que vai assumir a investigação. Na verdade, o juiz Sérgio Moro determinou que o processo fosse redistribuído para uma das Varas Criminais da Justiça Federal de Curitiba. O erro foi corrigido às 20h29 desta quinta-feira, 20.)

O apartamento onde Richa mora, em Curitiba, foi alvo de mandado de busca e apreensão na etapa da Lava Jato que apura supostas irregularidades na licitação para duplicação da PR-323, que nunca saiu do papel.

O ex-governador foi citado por delatores da Odebrecht que disseram ter pago pelo R$ 2,5 milhões como caixa dois para a campanha eleitoral de 2014.

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A decisão que tirou a investigação de Sérgio Moro, juiz responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, atendeu a um recurso da defesa de Richa. Segundo o STJ, o procedimento não tem relação com outros casos julgados pelo juiz, que envolvem exclusivamente crimes de corrupção na Petrobras.

Moro publicou, na manhã desta quarta, um despacho no qual determinou a redistribuição dos procedimentos relacionados à investigação.

"Caberá ao Juízo Federal contemplado ratificar ou não as prisões preventivas e os demais atos processuais já praticados, já que a incompetência é sanável, conforme art. 567 do CPP e jurisprudência sedimentada", diz a decisão.

Operação ‘Piloto’

O ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, e Jorge Atherino, empresário ligado ao ex-governador, estão presos desde a deflagração da 53ª fase da Lava Jato pela Polícia Federal (PF), no dia 11 de setembro.

A operação foi batizada de ‘Piloto’ que, de acordo com a força-tarefa da Lava Jato, é o codinome usado para identificar Beto Richa na planilha de propinas da Odebrecht.

No mesmo dia, Beto Richa foi preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em uma operação que apura irregularidades em licitações para manutenção de estradas rurais.

O ex-governador foi solto na madrugada do dia 13 de setembro, após uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O que dizem as defesas

A defesa do ex-governador Beto Richa não quis se manifestar.

A defesa de Deonilson Roldo disse que o fato investigado não tem nenhuma relação com a Lava Jato e que está tomando as providências para revogar a prisão, porque Deonilson sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), negou, na quarta-feira (19), o habeas corpus ao empresário Jorge Atherino. A defesa dele disse que vai analisar as decisões para tomar as medidas cabíveis.

23ª Vara Criminal de Curitiba

O juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal Criminal de Curitiba, também assumiu a ação penal oriunda da 48ª fase da Lava Jato, depois que Sérgio Moro declarou não ter competência para julgar o caso.

Batizada de Integração, a etapa apura se uma concessionária de pedágio do Paraná pagou propina a agentes públicos.

À época, o magistrado alegou que, apesar das conexões, o processo não tem qualquer ligação com a Petrobras ou com o Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht. Afirmou, ainda, estar sobrecarregado.

G1 Paraná

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