Deputado bolsonarista do Paraná nega ser alvo de operação da PF e acusa o STF
- 28/05/2020
O deputado federal paranaense Filipe Barros (PSL) divulgou hoje nota negando ser alvo da operação lançada hoje pela Polícia Federal que investiga ameaças contra membros do Supremo Tribunal e ‘fake news’. A operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quarta-feira, 27, tem como um dos focos integrantes do grupo "300 do Brasil", formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A ação cumpre mandados de busca e apreensão determinados pelo STF no inquérito das fake news, que apura ataques virtuais a ministros da Corte Suprema.
Na nota, Barros afirma que o inquérito é “inquérito inconstitucional, abusivo e com claro objetivo de cerceamento da liberdade de expressão”. Parlamentar é conhecido por seu alinhamento ao governo Bolsonaro.
Ele alega ainda que “não houve nenhuma ação da PF em nenhum dos” seus “endereços, nem em Londrina, nem em Brasília”. “Até o presente momento também não houve nenhuma entrega de notificação para que eu preste depoimento à PF, em nenhum dos meus endereços, nem pessoalmente”, diz o parlamentar.
O deputado diz ainda ter o direito de se manifestar livremente “contra posturas equivocadas e autoritárias de ministros do STF”, e que prosseguirá “fazendo críticas contra essas pessoas sempre que julgar necessário”. Barros alega representar “parte da população que também não concorda com tais abusos, e os eleitores que confiaram o voto a mim esperam que eu faça exatamente aquilo que tenho feito”.
No final da nota, Barros acusa o STF de fomentar “hostilidades” contra “apoiadores do presidente Bolsonaro nas redes sociais, a deputados federais e às Forças Armadas”, para “provocar uma ruptura institucional para, depois, acusar a direita de antidemocrática, abrindo caminho para o retorno ao poder de PT e PSDB, os partidos responsáveis pela indicação da maior parte dos atuais integrantes do STF”. Ele conclui dizendo que “Esse novo abuso do STF precisa ser insistentemente exposto e severamente criticado”.
Segundo informações da Agência Estado e do jornal O Estado de São Paulo, seis deputados federais devem ser ouvidos pela Polícia Federal nos próximos 10 dias no inquérito. A determinação teria sido feita pelo ministro Alexandre de Moraes. O ministro determinou ainda que todas das postagens desses deputados nas redes sociais sejam preservadas. Todos os seis deputados são aliados do presidente Jair Bolsonaro. Eles são investigados no inquérito.
De acordo com a reportagem, devem ser ouvidos Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Daniel Silveira (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Luiz Phillipe Orleans e Bragança (PSL-SP) e Cabo Junio Amaral (PSL-MG), além dos deputados estaduais paulistas Douglas Garcia (PSL) e Gidelvanio Santos Diniz, conhecido como "Carteiro Reaça" (PSL).
A operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta quarta-feira, 27, tem como um dos focos integrantes do grupo "300 do Brasil", formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A ação cumpre mandados de busca e apreensão determinados pelo Supremo Tribunal Federal no inquérito das fake news, que apura ataques virtuais a ministros da Corte Suprema.
Outro alvo seria o blogueiro Allan dos Santos, do site bolsonarista Terça Livre, que mora em uma casa alugada no Lago Sul, uma das regiões mais caras da capital federal. O blogueiro é próximo dos filhos do presidente e recentemente foi recebido por Bolsonaro no Palácio da Alvorada.
Ao todo, a operação de hoje cumpre 29 mandados de busca e apreensão. Além do Distrito Federal, a ação ocorre simultaneamente no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina.
Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação no STF. Entre os alvos de buscas, estão ainda o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL) e o empresário Luciano Hang, da rede Havan, este último suspeito de financiar ataques nas redes.
Com inf, Bem Paraná com assessoria e informações do Estadão | Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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