Governo Cida tem novo teste contra bloco de Ratinho Jr

  • 15/06/2018

Os deputados estaduais retomam, na segunda-feira, a discussão sobre cinco projetos que prevêem reajuste salarial para os servidores da própria Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Ministério Público e Defensoria Pública. A votação servirá de novo teste para a base do governo Cida Borghetti (PP) na queda de braço com o bloco PSD/PSC, do deputado estadual e pré-candidato ao governo, Ratinho Júnior (PSD), que promete só votar essas propostas se o Palácio Iguaçu encaminhar à Casa proposta de reposição da inflação dos últimos doze meses, de 2,76%, também para os servidores do Executivo, que estão com os salários congelados há dois anos. 

Os projetos que garantem o aumento para os servidores dos outros poderes chegaram a entrar em pauta na última segunda-feira, mas foram retirados para dar tempo para o governo continuar a negociação com os sindicatos. Pré-candidata à reeleição, a governadora afirmou durante a semana que encarregou as secretarias de Administração e da Fazenda de apresentarem cálculos sobre a possibilidade de estender o aumento para todo o funcionalismo. 

Até agora, a avaliação interna é de que não haveria margem para retomar a data-base para o Executivo, já que o Estado registrou queda de 7% nas receitas, nos primeiros quatro meses de 2018. Segundo os dados oficiais, as despesas com pessoal no mesmo período ficaram em 46,23% da receita, muito próximo ao limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, de 46,55%. O impacto do reajuste seria de R$ 350 milhões a mais, e deixaria o governo sem recursos para investimentos em obras nos municípios, fundamentais para impulsionar a pré-candidatura à reeleição da governadora

Compromisso

Ratinho Jr e seu grupo, em reunião com integrantes do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES), se comprometeu a não votar os projetos enquanto o governo não garantir a reposição para os servidores do Executivo. “O aumento tem que ser para todos os servidores. Não pode haver distinções”, disse o pré-candidato. “Eles se posicionaram como bancada dizendo que não votariam (os projetos que concedem reajuste apenas aos servidores de outros poderes). Se comprometeram a votar somente quando fosse colocado o projeto com reajuste para servidores do Executivo”, confirmou o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão. 

Com 17 deputados, o bloco encabeçado por Ratinho Jr é o maior da Assembleia, e deve se unir a outros oito parlamentares da bancada de oposição e do chamado “bloco independente”, somando 25 dos 54 parlamentares na pressão sobre o governo na votação. O grupo, porém, não tem sido bem sucedido nos confrontos com a base de Cida Borghetti. Na última quarta-feira, foi novamente derrotado na votação de um veto da governadora a um projeto que instituiria benefícios relativos ao ICMS para incentivar a geração de energia elétrica. A bancada de Ratinho Jr já havia sido derrotada na semana anterior, na votação de projeto que permite ao governo antecipar 20% dos repasses voluntários para obras e 100% para a compra de equipamentos aos municípios. 

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