Paraná: Concessionária alvo da Lava Jato contesta investigações

  • 24/02/2018

No dia seguinte à 48ª fase da Lava Jato, que investiga contratos de empresas de pedágio no Paraná, a concessionária Econorte se manifestou por meio de nota sobre as investigações desencadeadas pela Polícia Federal PF) e Ministério Público Federal (MPF).

"Ao contrário do que foi dito, a Econorte cumpriu 100% dos investimentos previstos no contrato de concessão", diz a nota do consórcio Triunfo.

O presidente da empresa, Hélio Ogama, e o engenheiro Leonardo Guerra, administrador da Rio Tibagi Engenharia, estão entre os presos na sede da PF em Londrina, Norte do Paraná. Segundo a Receita Federal, que também participou da operação, R$ 56 milhões foram desviados em três anos. Seis pessoas foram presas temporariamente na ação chamada de "Operação Integração". 

A 48ª fase da Lava Jato é f ruto da 36ª fase da operação, de novembro de 2016, quando a PF cumpriu uma série de mandados de busca e apreensão contra empresas e pessoas ligadas ao advogado Tacla Duran, que já prestou serviços à Odebrecht.

Entre os alvos estava da operação estava a Econorte. Segundo a Polícia Federal, representantes da empresa teriam depositado cerca de R$ 1 milhão ao operador, entre 2012 e 2014. Os valores foram repassados sem que fosse prestado qualquer tipo de serviço. Na época das buscas, ainda foi apurado que outras empresas relacionadas ao Grupo Triunfo depositaram mais R$ 5 milhões em favor de Tacla Duran e outros R$ 26 milhões para empresas de fachada do agora assessor da Casa Civil do governo do Paraná Adir Assad.

Leia a nota da Econorte:

"A Triunfo Participações e Investimentos sempre contribuiu de forma transparente com todas as autoridades e segue à disposição para prestar os esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos apurados na Operação Integração, 48ª etapa da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira. 

Em complemento, a Companhia esclarece algumas questões levantadas na coletiva de imprensa concedida por autoridades na Sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR: 

A Construtora Triunfo S.A. e a Triunfo Participações e Investimentos são empresas com administrações independentes; 

Triunfo, Econorte e Rio Tibagi não contrataram os serviços de Adir Assad ou de Nelson Leal Junior; 

Os resultados financeiros da Triunfo, companhia aberta com ações negociadas na Bolsa de Valores, e suas controladas, são públicos e auditados pela empresa de auditoria; 

As transações entre Econorte e Rio Tibagi são apresentadas nas demonstrações financeiras da Triunfo, e desde seu IPO, em 2007, sempre foram públicas ao mercado; 

A contratação dos serviços prestados pela empresa de Carlos Felisberto Nasser (assessoria financeira e de mercado de capitais) ocorreu antes de 2013, quando ele não ocupava o cargo de assessor da Casa Civil do Governo do Estado do Paraná; 

Ao contrário do que foi dito, a Econorte cumpriu 100% dos investimentos previstos no contrato de concessão. Do total do valor arrecadado com tarifa de pedágio durante todo o período da concessão (R$ 2,060 bilhões), R$ 1, 160 bilhão (56%) foram destinados para investimento em obras e administração da rodovia, e R$ 380 milhões foram destinados para pagamento de impostos. O lucro da empresa correspondeu a 14% da receita apurada no período; 

O preço atual das tarifas dos pedágios da Econorte leva em consideração a compensação da redução unilateral do valor em 50% no primeiro ano da concessão; atraso no reajuste de pedágio conforme previsto no contrato de concessão; isenção de pedágio para mais de 20 mil usuários nas praças de pedágio (lei dos caminhoneiros e outros) 

A Triunfo Participações e Investimentos e a Econorte prestaram todos os esclarecimentos solicitados dentro da 36ª operação da Lava Jato, referentes à contratação dos serviços do escritório de Rodrigo Tacla Duran e seus subcontratados; 

A Triunfo Participações e Investimentos sempre pautou suas atividades pelo estrito cumprimento da legislação e ressalta seu compromisso com as melhores práticas de governança corporativa."

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