Damares e ministro da Saúde se desentendem sobre iniciação sexual
- 29/01/2020
O novo programa do governo federal para prevenção da gravidez na adolescência, encabeçado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em conjunto com o Ministério da Saúde, está causando divergência entre os responsáveis pelas pastas.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a recomendação de que os adolescentes devem adiar o início das relações sexuais não é eficaz e não pode ser a única política contra o problema.
A ministra Damares Alves vem citando a ideia como principal medida das campanhas do programa. De acordo com Mandetta, o tema é complexo e não deve ser minimizado:
“A mensagem do comportamento responsável é válida. É uma vida, é o afastamento da escola. Mas não se pode minimizar a discussão e dar ênfase só para isso. É um problema complexo. Tenho apostado muito em informar as consequências, porque acredito que esse seja um ponto essencial para a conscientização.”
O ministro da Saúde ainda disse que o debate sobre o assunto não deve ser pautado por questões religiosas. Como argumento a favor de propor aos adolescentes a recomendação, o documento do ministério de Damares menciona pesquisas que apontam a gravidez precoce como motivo para os jovens se afastarem da família e da fé.
As campanhas falarem sobre isso (iniciação sexual tardia), eu não vejo problema. O que não pode é que essa seja a nossa única política. Não pode ser nem a única, nem a principal — disse Mandetta.
Informações por Rafael Vieira/MBL News | Jorge William/Agência O Globo
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