Paraná registra 35.729 homicídios entre os anos de 2006 e 2016
- 06/06/2018
Em 2016, 3.080 pessoas foram assassinadas no Paraná, o que corresponde a uma taxa de 27,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. Os dados são do Ministério da Saúde divulgados ontem no Atlas da Violência 2018, apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), e que analisa dados de 2006 até 2016. Neste período de 11 anos foram 35.729 homicídios no Estado.
Apesar de ter um número ainda alto de mortes violentas provocadas e uma taxa que também está próxima da nacional (30,3), os números mostram uma redução entre os anos analisados. No Paraná a taxa de homicídios caiu 8,1%. Em 2006 era de 29,8. Também deve ser considerado o tamanho da população. Em 2006 o Paraná tinha estimados 10.387.408 habitantes e em 2016 eram 11.242.720, um crescimento de 8,2%, coincidentemente o tamanho da redução da taxa de homicídios.
A posição do Paraná no ranking nacional — analisando apenas a taxa de homicídio — é intermediária. Não está entre os mais altos, nem entre os mais baixos. Todos os estados que lideram a taxa de letalidade estão na Região Norte ou no Nordeste — Sergipe (64,7 para cada 100 mil habitantes), Alagoas (54,2), Rio Grande do Norte (53,4), Pará (50,8), Amapá (48,7), Pernambuco (47,3) e Bahia (46,9).
As taxas mais baixas são de São Paulo (10,9), Santa Catarina (14,2), Minas Gerais (22) e Mato Grosso do Sul (25). As maiores variações na taxa foram observadas em São Paulo, onde houve redução de 56,7%, e no Rio Grande do Norte, que registrou aumento de 256,9%.
Em números absolutos, a Bahia lidera o ranking, com 7.171 homicídios em 2016, seguido do Rio de Janeiro, com 6.053 mortes provocadas naquele ano. São Paulo (4.870), Minas Gerais (4.622), Pernambuco (4.447) e Pará (4.223) também se destacam.
Evolução
O estudo mostra que no Paraná foram 3.098 homicídios em 2006. Os anos seguintes foram os mais violentos, com crescimento ano a ano das ocorrências — 3.105 (2007), 3.445 (2008), até atingir o ápice em 2009, com 3.698 homicídios registrados e taxa de 34,6 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
Os anos seguintes foram de quedas seguidas até o Estado atingir seu menor número do período em 2015, com 2.936 mortes, e taxa de 26,3. A má notícia é que em 2016 as ocorrências sobem para os 3.080 homicídios, uma alta de 4,2% em relação a 2015.
Taxa fica estável a partir da lei do desarmamento, em 2013
Os pesquisadores que trabalharam na tabulação dos dados do Atlas da Violência 2018 ressaltam a importância de uma política de controle responsável de armas de fogo para aumentar a segurança de todos. Segundo a pesquisa, entre 1980 e 2016, 910 mil pessoas foram mortas por perfuração de armas de fogo no país. No começo da década de 1980, os homicídios com arma de fogo eram 40% do total e chegou a 71,1% em 2003, quando foi implantado o Estatuto do Desarmamento. A proporção se manteve estável até 2016.
O levantamento aponta, ainda, que os estados onde houve maior crescimento da violência letal são os mesmos onde cresceu a vitimização por arma de fogo. Segundo a análise, a taxa de homicídios no Brasil corresponde a 30 vezes a da Europa, e o país soma 553 mil pessoas assassinadas nos últimos dez anos.
Juventude negra
A violência letal contra jovens continua se agravando nos últimos anos e já responde por 56,5% das mortes de homens entre 15 e 19 anos de idade no País. Na faixa entre 15 e 29 anos, sem distinção de gênero, a taxa de homicídio por 100 mil habitantes é de 142,7, e sobe para 280,6, se considerarmos apenas os homens jovens.
BEM PARANÁ
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