Argentina tem primeiro caso de ameba que 'come cérebro'
- 21/02/2018
Um menino de oito anos morreu na Argentina após contrair a Naegleria
fowleri, conhecida como a ameba que “come cérebros” por destruir o
tecido cerebral.
É a primeira vez que o caso, raro, é relatado na Argentina,
segundo o jornal “Clarin”. Ainda de acordo com a publicação, a criança contraiu
a ameba em 2017, quando nadava em uma lagoa próxima à província de Junín,
localizada a 320 quilômetros da capital Buenos Aires. O menino teve febre,
dores de cabeça e vômitos.
A criança também apresentou fotofobia e sintomas de
meningite, inflamação das membranas que protegem o cérebro. O menino morreu
entre cinco e sete dias depois, diz o jornal.
Na época, o caso foi relatado no boletim epidemiológico local,
mas só foi divulgado na última semana pela Sociedade Internacional de Doenças
Infecciosas.
A doença tem alto grau de mortalidade. Os Estados Unidos,
que já registraram 129 casos entre 1962 e 2013, teve apenas dois sobreviventes.
Uma fonte do “Clarín”, Sixto Raúl Costamagna, ex-presidente da Associação Parasitológica da Argentina, acredita que a ameba tenha chegado ao país por alterações climáticas globais. “Pequenas variações de temperatura produzem modificações nos ciclos dos parasitas”, disse.
DOENÇA PROGRIDE
RAPIDAMENTE
A Naegleria fowleri é frequentemente encontrada em água
doce, como lagos, rios e nascentes de água quente.
Esse parasita nada livremente e, em geral, entra no corpo
pelo nariz, enquanto as pessoas nadam ou mergulham. Ele pode, então, chegar até
o cérebro e causar uma infecção devastadora.
Os sintomas iniciais costumam aparecer dentro de um a sete
dias e podem incluir dor de cabeça, febre, náusea e vômitos.
A doença progride rapidamente, e outros sinais comuns são
rigidez no pescoço, confusão mental, perda de equilíbrio, convulsões e
alucinações.
Além disso, a infecção destrói o tecido cerebral e pode
causar edema (acúmulo de líquido) e morte.
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