Paraguai escolhe presidente neste domingo
- 21/04/2018
O Paraguai se prepara
para ir às urnas neste domingo (22) para eleger seu presidente para os próximos
cinco anos, com o candidato de direita, Mario Abdo Benítez, do governista
Partido Colorado, como favorito nas pesquisas, apesar dos vínculos de sua
família com o ex-ditador Alfredo Stroessner.
"Marito",
como é conhecido popularmente, enfrentará o candidato liberal Efraín Alegre,
apoiado por uma coalizão de centro-esquerda da qual participa o ex-bispo e
ex-presidente (2008-2012) Fernando Lugo. Há ainda outros oito candidatos, mas
estão muito atrás nas pesquisas.
As
eleições, para as quais estão convocados 4,2 milhões de cidadãos (em 7 milhões
de habitantes), serão supervisionadas por missões de observação da União
Europeia e da Organização dos Estados Americanos.
A
votação terá apenas um turno. As urnas abrem às 7h (8h de Brasília) e fecham às
16h (17h em Brasília).
Além
do presidente, os paraguaios elegerão um novo Congresso e governadores para os
17 departamentos em que o país se encontra dividido.
Veja abaixo o perfil dos dois
principais competidores:
Marcado por ser de uma família muito próxima do
ex-ditador Alfredo Stroessner, o candidato do partido governista à presidência
do Paraguai, Mario Abdo Benitez, do partido Colorado, se esforça para provar
suas credenciais democráticas e republicanas.
Com 46 anos, graduado em
marketing nos Estados Unidos, "Marito" é favorito segundo as
pesquisas, com até 20 pontos de vantagem sobre o candidato liberal Efraín
Alegre, da coalizão de centro-esquerda Alianza Ganar.
Seu
pai foi secretário particular de Stroessner. Entre eles havia um parentesco por
parte das avós.
"Quem tem menos de
40 anos não se lembra da ditadura. E é por isso que não está na discussão desta
campanha", afirma o analista político Francisco Capli à AFP.
Divorciado
de Fátima María Díaz Benza, com quem teve dois filhos, Abdo se casou novamente
com Silvana López Moreira Bo, filha de uma família da alta sociedade de
Assunção. Tem apenas uma irmã e sete meio-irmãos.
Afirma
ter construído uma identidade própria, apesar de sua origem, tendo sido criado
como um pequeno príncipe. Seu pai foi processado por enriquecimento ilícito.
Foi um dos primeiros prisioneiros da democracia que se instalou após a queda de
Stroessner, mas finalmente foi absolvido.
Juntou-se
à militância política dentro do movimento Paz e Progresso, o lema do governo da
ditadura.
Em 2013, foi eleito
senador e depois presidente do Congresso em 2015, ano que marcou o ponto de
virada e o ponto de ruptura de suas relações com o presidente Cartes.
Na crise de março de
2017, os opositores reagiram com violência e incendiaram uma parte do Congresso
em protesto contra a pretensão do presidente Cartes de aprovar uma emenda que o
qualificaria para a reeleição. "Estava na praça, defendi nosso sistema
republicano", diz ele, com convicção.
Advogado e militante do
partido Liberal desde muito jovem, o candidato da oposição à presidência do
Paraguai, Efraín Alegre, 55 anos, deseja romper a hegemonia do Partido Colorado
graças a uma coalizão de centro-esquerda nas eleições de domingo.
Católico
praticante, contrário ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, em
contradição com vários partidos que o apoiam na Aliança Ganhar, Efraín Alegre
disputa a eleição pela segunda vez em cinco anos.
Em
2013 ele foi derrotado pelo atual presidente, o empresário milionário Horacio
Cartes, em uma disputa na qual seu partido não estabeleceu alianças.
Filho
de um latifundiário e comerciante do Departamento de Misiones (sudeste do
Paraguai), alegre é o oitavo de 12 irmãos. Tem quatro filhos e é casado com Mirian
Irún há 26 anos.
Entrou
para a política no início da redemocratização, ao final da ditadura do general
Alfredo Stroessner (1954-89), contra a qual alegre lutou em sua juventude.
Ele é irônico ao comentar
que no ano passado se casou pela segunda vez. "Na realidade, reafirmei meu
compromisso matrimonial", afirma, ao comentar a celebração das Bodas de
Prata.
Alegre
também destaca suas habilidades na cozinha quando o assunto é carne e pescado.
Efraín
Alegre propõe reduzir ao mínimo as tarifas de energia elétrica e a oferta de
saúde gratuita para os necessitados, o que levou Abdo Benítez a chamá-lo de
populista.
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