Ex-ministro José Dirceu se entrega à PF em Curitiba para cumprir pena na Lava Jato
- 18/05/2019
Prazo para que ele se entregasse terminou às 16h, mas defesa alegou que
Dirceu viajou de carro; Justiça do Paraná mandou prender novamente o
ex-ministro, depois que o TRF-4 negou recurso da defesa.
O ex-ministro José Dirceu se entregou à Polícia Federal (PF), em
Curitiba, na noite desta sexta-feira (17) para cumprir pena de 8 anos e 10
meses pela segunda condenação dele na Operação Lava Jato.
Ele chegou à Superintendência da PF por volta das 21h30. Na tarde de
quinta-feira (16), o juiz federal Luiz Antonio Bonat mandou prender o
ex-ministro e estipulou que ele se entregasse até as 16h desta sexta.
No entanto, ele não obedeceu o prazo estipulado. A defesa alegou que
Dirceu não cumpriu o horário estabelecido porque viajou de carro, de Brasília
(onde mora) para Curitiba. Como manifestou disposição em se apresentar à PF,
ele não foi considerado foragido após as 16h.
A determinação da prisão foi feita depois que o Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF-4) negou, por unanimidade, um recurso da defesa, que
pedia prescrição da pena pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro.
Mesmo com a prisão sendo executada, a defesa do ex-ministro ainda pode
recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça
(STJ). Os advogados também podem tentar um último recurso, chamado de embargos
dos embargos, no próprio TRF-4.
Prazo
No fim da tarde, com o fim do prazo estipulado pelo juiz, a defesa
entrou com uma petição no processo e informou que José Dirceu estava a caminho
de Curitiba. No documento, os advogados ressaltaram que ele se apresentaria
ainda nesta sexta-feira.
"Esclarece, contudo, que pela distância entre Brasília e Curitiba
e pelo mau tempo, o condenado, que saiu de carro, durante a madrugada, da
Capital Federal, não conseguirá chegar até as 16h. A Defesa não informou o
provável horário de chegada, mas comprometeu-se a fornecer maiores informações
assim que tiver uma previsão mais concreta", disse o juiz em despacho.
Diante do pedido, Bonat informou que não caberia mais a ele aceitar o
pedido por um novo prazo para que Dirceu se entregar. Segundo o juiz, a decisão
cabe ao juiz da execução penal.
"Detalhes para a entrega do preso, inclusive quanto à dilação do horário para tanto, devem ser requeridos àquele Juízo, razão pela qual deixo de examinar o pleito da Defesa", afirmou.
Duas condenações
Dirceu foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em 2017 em um
processo que investigou recebimento de propina em um contrato com a empresa
Apolo Tubulars para o fornecimento de tubos para a Petrobras, entre 2009 e
2012.
O ex-ministro ficou ficou preso em Curitiba entre agosto de 2015 e maio
de 2017, em cumprimento da primeira condenação que recebeu na Lava Jato.
O STF concedeu a ele um habeas corpus e o direito de aguardar o
julgamento dos recursos desse processo com monitoramento por tornozeleira
eletrônica.
Em 2018, depois que os recursos foram julgados, Dirceu voltou à prisão.
Ele foi solto novamente em junho de 2018, após uma determinação da Segunda
Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou que ele deveria
aguardar até que os recursos fossem julgados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ)
em liberdade.
No primeiro processo, o ex-ministro foi condenado por corrupção ativa,
lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Andamento do processo da segunda condenação
A pena estipulada na primeira instância, no Paraná, havia sido de 11
anos e 3 meses;
Na apelação, a 8ª Turma do TRF-4 decidiu, por maioria, reduzir o tempo
para 8 anos e 10 meses;
Um dos desembargadores, Victor dos Santos Laus, proferiu um tempo menor
de prisão e a defesa entrou com recurso de embargos infringentes, na 4ª Seção
do tribunal;
Primeiro julgamento na 4ª Seção negou o pedido para reduzir a pena;
O ex-ministro também tentou anulação ou a reforma da sentença, com
recurso na 8ª Turma, o que foi negado.
G1
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