Após reunião com governo, caminhoneiros descartam paralisação
- 23/04/2019
Os representantes dos caminhoneiros disseram ontem(22), após uma
reunião com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que não
haverá paralisação da categoria na próxima segunda-feira (29). Durante a
reunião, que durou quase cinco horas, o ministro prometeu reajustar a planilha
da tabela do piso mínimo de frete, umas das principais reivindicações dos
caminhoneiros. O ministro disse ainda que vai intensificar a fiscalização do
cumprimento da tabela de frete mínimo, com a participação dos caminhoneiros, e
atrelar o reajuste da tabela ao preço do diesel.
"Eu acho que nós conseguimos administrar essa condição de momento
e não deve haver paralisação de caminhoneiros neste momento. A representação
dos caminhoneiros está conseguindo conversar com o governo", disse o
presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA),
Diumar Bueno.
A reunião com o ministro reuniu cerca de 30 representantes de 11
entidades de classe, além de um grupo de caminhoneiros autônomos. A proposta
apresentada pelo ministério prevê que os próprios caminhoneiros vão ajudar a
realizar a fiscalização da tabele de frete. Ainda esta semana, o ministro e o
presidente da CNTA deverão assinar um termo formalizando o procedimento.
Anistia de multas
De acordo com um dos líderes da categoria, Wanderlei Alves, conhecido
como Dedeco, as reclamações relacionadas ao descumprimento da tabela serão
encaminhadas pela confederação ao ministério que as repassará à Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O ministério também teria se
comprometido a retirar multas de motoristas que fizerem as denúncias.
"O ministro se comprometeu de que o próprio caminhoneiro será um
fiscalizador junto aos seus sindicatos de base que irá passar para a CNTA e a
CNTA irá trazer direto para o governo a empresa, o embarcador que não está
pagando o piso mínimo e, dentro de 20 a 30 dias, a ANTT irá autuar essas
empresas que não estão cumprindo a lei", disse Dedeco.
Mais cedo, antes da reunião, os caminhoneiros acenaram com a suspensão
da paralisação desde que houvesse uma contraproposta do governo sobre as
principais reivindicações. De acordo com Dedeco, o governo também prometeu
adotar outro procedimento solicitado pelos caminhoneiros, que está previsto na
legislação que estabeleceu o piso mínimo de frete, que é o acionamento de um
"gatilho" na tabela para acompanhar os reajustes no preço do diesel.
Pela proposta, a planilha da tabela de piso mínimo sofrerá um reajuste
toda vez que o percentual de aumento no diesel ultrapassar os 10%. O governo
ficou de calcular quanto será o reajuste. "É o gatilho que já existia e
que precisava ser colocado em prática para que o aumento do diesel não
prejudique a categoria", disse Dedeco.
Propostas
Na semana passada diante de rumores de paralisação da categoria, o
governo apresentou um pacote de medidas para a categoria. Entre elas, a adoção
de uma linha de crédito de R$ 500 milhões, em que cada caminhoneiro terá acesso
a um financiamento de até R$ 30 mil. O dinheiro servirá para que os profissionais
possam comprar pneus e realizar a manutenção de seus veículos.
O governo também disse que vai efetuar melhorias nas estradas e
construir pontos de descanso em rodovias federais, mas as medidas foram
consideradas insuficientes pela categoria. De acordo com Dedeco, com a abertura
de negociação, os caminhoneiros devem desistir de parar as estradas do país.
"Da minha parte, eu peço aos caminhoneiros que se acalmem”, disse Dedeco.
Ministro
Em seu Twitter, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de
Freitas, também comentou sobre o encontro com os representantes dos
caminhoneiros. Ele fez duas postagens por volta das 22h. Na primeira, Gomes de
Freitas falou que houve a reunião e que o governo está trabalhando em
"soluções efetivas". "As portas estão sempre abertas e manter o
diálogo é nossa prioridade".
Na segunda postagem, o ministro escreveu que construiu, em conjunto com os
caminhoneiros e a CNTA uma agenda de trabalho "que envolve eliminação de
multas injustas, transferência do custo do diesel para tabela de frete,
fiscalização dessa referência de custo e termo de compromisso com entidades
representantes para tornar a fiscalização mais efetiva."
Em nota publicada na noite de hoje, o ministério confirmou que
firmou uma agenda de trabalho a curto
prazo com a categoria e citou os compromissos anunciados pelo ministro em sua
rede social.
Agencia Brasil
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