Conab estima safra de grãos em 233,3 milhões de toneladas
- 28/03/2019
A safra de grãos 2018/2019 deve alcançar a marca de 233,3
milhões de toneladas, uma redução em relação ao levantamento anterior, de 0,4%.
Em relação à safra 2017/2018, a previsão indica aumento de 2,5%. Os dados do 6º
levantamento foram divulgados hoje (12) pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab).
"Tivemos algumas dificuldades climáticas. Houve uma
quebra na soja, no arroz e no feijão, mas o milho teve desempenho muito bom e o
algodão também. Isso é suficiente para atender ao nosso consumo interno com
bastante tranquilidade e cumprir os compromissos de exportações, sem
problemas", disse o diretor do Departamento de Comercialização e
Abastecimento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Silvio Farnese.
Apesar da redução em relação ao levantamento anterior, a
Conab destaca que a safra atual será a segunda maior da série histórica do
país. "O bom desempenho é impulsionado pela melhora da produção do milho
na segunda safra do grão", diz a companhia.
Para a segunda colheita do milho, a expectativa é que a
produção chegue a 66,6 milhões de toneladas, volume 23,6% superior ao
registrado na safra passada. "Esse resultado é reflexo da maior
área", afirma o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab,
Cleverton Santana. "Com 80% dos grãos já plantados, os agricultores devem
destinar 12 milhões de hectares para plantio em vez dos 11,5 milhões de
hectares da safra passada".
Segundo a Conab, o estudo mostra que o algodão também teve
destaque positivo, chegando a uma produção de até 2,6 milhões de toneladas da
pluma, crescimento de 28,4%. A área plantada chegou a 1,6 milhão de hectares.
Por outro lado, a soja, responsável por cerca de 49% da
produção nacional de grãos, terá redução de 4,9%, chegando a 113,5 milhões de
toneladas. A quebra de safra, prevista em 5,8 milhões de toneladas, pode ser
observada em importantes estados que cultivam a oleaginosa, como Paraná, Goiás,
Mato Grosso do Sul e a região do Matopiba, principalmente na Bahia. Mesmo
assim, esta é a terceira maior produção já registrada, chegando próximo ao
volume total de soja produzidos pelo país na safra 2004/2005.
O feijão também apresentou produção menor na primeira safra.
Com uma colheita de 987,5 mil toneladas, a queda pode chegar a 23,2%. Com menos
produto no mercado, o preço da leguminosa está atrativo para os produtores, o
que incentiva maior área plantada na segunda safra do grão, que poderá resultar
em uma produção de 1,36 milhão de toneladas. O número é impulsionado pelo
aumento do feijão tipo cores, que tende a crescer em 28%, e na variedade preto,
com alta de 20,9%. No caso do feijão-caupi, a tendência é de uma queda de 6%,
principalmente pela expectativa de redução da área cultivada em Mato Grosso.
O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab,
Guilherme Bastos, explicou que a perda da soja teve impacto do período de seca,
entre dezembro e início de janeiro. "Com isso, principalmente as
variedades mais precoces sofreram. Havia a expectativa de que as variedades de
ciclo médio tivessem recuperação, mas não conseguiram. No entanto, as
variedades do ciclo tardio devem ter se beneficiado por esse regime de chuvas
um pouco mais normalizado agora em fevereiro. Com relação ao feijão, a mesma
situação aconteceu", disse Bastos.
Sobre o abastecimento de arroz no país, o diretor afirmou
que a produção brasileira não é suficiente para atender a toda a demanda
interna e que sempre há necessidade de importação. Segundo ele, o consumo
interno é de cerca de 12 milhões de toneladas. A previsão para a produção de
arroz é de 10,6 milhões de toneladas nesta safra.
Área plantada
A área semeada na safra 2018/2019 está estimada em 62,9
milhões de hectares e se confirma como a maior já registrada no país. O
crescimento esperado é de 1,9%, ou 1,15 milhão de hectares, em relação à safra
passada.
Agência Brasil
Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874
0 Comentários