Soja: Confirmação de um acordo China x EUA poderia motivar novas altas em Chicago e trazer oportunidades para o Brasil
- 22/02/2019
Chineses
podem comprar mais US$ 30 bilhões em produtos agrícolas americanos. Produtor
brasileiro tem de estar atento aos novos passos de ambos os países, bem como ao
andamento do dólar para garantir bons momentos de venda.
Os
futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão desta
quinta-feira (21) com altas de 7,75 a 8,50 pontos nos principais vencimentos,
motivados pelas novas informações sobre as relações comerciais entre China e
Estados Unidos.
O
contrato março terminou o dia com US$ 9,11 e o maio/19, o mais negociado neste
momento, com US$ 9,24 por bushel.
"E
isso é importante também para o produtor brasileiro. Estamos com essa indicação
de que o preço vai continuar subindo caso o acordo seja firmado. E se o acordo
sai, a CBOT tem chances de buscar os US$ 10,00 rapidamente, e isso vai ser
excelente oportunidade para o produtor no Brasil. Essa alta possível de US$
1,00 em relação ao que temos hoje com um dólar de US$ 3,75 é muito bom",
explica o diretor da ARC Mercosul, Tarso Veloso.
Nesta
quinta-feira, as cotações no Brasil subiram de forma significativa. Em
Paranaguá, a soja subiu 1,3% no disponível, para R$ 78,00 por saca, enquanto
foi a R$ 79,00 para março, com ganho de 1,28%. Em Rio Grande, alta de 1,97%
para R$ 77,50 no spot e de 2,34% para o mês que vem, com R$ 78,60 por saca.
No
interior do país, os ganhos variaram entre 1,46% a 5,43% nas principais praças
de comercialização.
Segundo
informações da consultoria, as duas maiores economias do mundo já estariam
alinhando um acordo concreto para reestabelecer suas relações comerciais. O
objetivo agora é conseguir a aprovação dos termos pelos dois líderes.
"Assim
como relatamos no fim da última semana, os representantes comerciais de ambas
as nações já estão trabalhando em um Memorando de Entendimento para ser
apresentado aos respectivos presidentes, Donald Trump e Xi Jinping. Os próximos
passos seriam a aprovação dos termos por ambos lados e a conclusão do acordo em
um encontro presencial, que deverá acontecer em meados de março", diz a
ARC.
Fontes
familiarizadas com os últimos encontros das delegações chinesa e americana
relataram à agência internacional Bloomberg que a China se ofereceu para
comprar mais US$ 30 bilhões de produtos agrícolas dos EUA, incluindo soja,
milho e trigo, como parte desse acordo que estaria sendo desenhado com esse
Memorial de Entedimento.
Entre
as pautas das últimas conversas estão ainda os planejamentos para que sejam
removidas tarifas anti-dumping e anti-subsídios dos grãos destilados secos
(DDGs).
As
informações são positivas, porém, ainda não foram reportados detalhes do
possível acordo ou dos próximos passos que serão tomados pelas duas nações, uma
vez que a disputa já, há tempos, deixou seu viés puramente comercial para tomar
proporções geopolíticas muito maiores.
Assim,
os principais pontos de discussão continuam sendo, além da agricultura, a queda
de barreiras, os setores de serviços, transferência de tecnologia e propriedade
intelectual. Há, porém, a possibilidade de as condições dos dois presidentes
não coincidirem e a as tarifas voltarem a ser impostas.
Por Carla Mendes
Fonte Notícias
Agrícolas
Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874
0 Comentários