PEC da Segurança: sindicatos ligados à PRF reagem contra proposta
- 23/01/2025
Em mais um capítulo da polêmica que a PEC da Segurança vem
causando, agora a reação veio de um dos órgãos que mais deve ser impactado se a
medida passar: a Polícia Rodoviária Federal. Por meio de uma nota publicada na
página da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários (FenaPRF), o sistema
sindical dos policiais rodoviários, composto por 26 sindicatos, se mostrou
preocupado com o conteúdo do novo texto proposto pelo governo. Diz a nota:
"A proposta do Governo Federal não só mantém um modelo
de investigação ultrapassado e ineficiente que temos hoje, baseado no obsoleto
"inquérito policial", como também ameaça comprometer os esforços de
inteligência da PRF e o exitoso trabalho cooperativo entre o Ministério Público
e as polícias, desenvolvido através dos Grupos de Atuação Especial de Repressão
ao Crime Organizado (GAECO) em todas as unidades federativas do país."
Segundo a nota, uma das preocupações dos policiais está na
redação do § 2º-B do artigo 144 da nova minuta. O sindicato alega que esse
dispositivo é um retrocesso e que contraria
esforços de modernização da segurança pública no Brasil, já que ainda
não adota o ciclo completo de polícia. Para o sindicato, o modelo utilizado no
restante no mundo, ajuda na desburocratização do sistema, já que, com ele, as
instituições policiais podem fazer a apuração penal, além de ter uma cooperação
direta com o Ministério Público e o Poder Judiciário.
A nota vai além, e fala dos setores que podem ser
prejudicados se a PEC passar.
"O §2º do artigo 144, como redigido, trará prejuízos
significativos ao combate ao crime organizado, tráfico de drogas, armas,
munições, combate à exploração sexual infantil, ao roubo de cargas e veículos e
outros crimes atualmente combatidos com excelência pela PRF nas rodovias
federais."
Mudança de nome
A nota ainda questiona a mudança de nome da Polícia
Rodoviária Federal para Polícia Viária Federal. Segundo os sindicatos, "a
marca PRF, Polícia de Estado, está consolidada há quase um século, junto com
seus símbolos, brasão e história, e essa mudança trará prejuízos à imagem da
instituição, além de impactar os mais de 13 mil homens e mulheres que compõem
seu quadro."
Por fim, os 26 sindicatos e a FenaPRF se colocam à
disposição para o diálogo, uma negociação que traga melhorias para a segurança
pública e segurança jurídica para os policiais.
Entenda
Em outubro do ano passado, o presidente Lula e a equipe de
segurança do governo apresentaram a primeira versão da PEC da Segurança. Entre
outros pontos, o texto estabelecia que fosse criado o Sistema Único de
Segurança Pública. A principal polêmica em torno da proposta foi com relação à
perda de autonomia dos estados na segurança pública.
Muitos governadores reagiram contrariamente à proposta,
entre eles Ronaldo Caiado (Goiás), Romeu Zema (MG), Tarcísio de Freitas (SP) e
Ratinho Júnior (PR).
Na semana passada, após muita polêmica e diversas reuniões
com representantes dos estados, o ministro da Justiça e Segurança Pública,
Ricardo Lewandowski, apresentou a nova PEC, que segundo o ministro, põe fim ao
ponto central da discussão.
O projeto ainda será apresentado no Congresso e, para ser
aprovado, precisa de 308 votos na Câmara e 49 votos no Senado em dois turnos.
Catve/ Brasil 61 | Foto: Reprodução FenaPRF
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