Onda de calor na Argentina pode afetar mais de 13 milhões de hectares de soja

  • 14/01/2025

O clima vem sendo um grande fator de incerteza no sucesso da safra 2024/25 no país vizinho. As chuvas mais escassas e as temperaturas significativamente mais altas, estão aumentando a demanda hídrica das lavouras.

Com praticamente toda soja plantada na Argentina (96% das áreas monitoradas), o clima vem sendo um grande fator de incerteza no sucesso da safra 2024/25 no país vizinho. A Argentina vem registrando chuvas escassas e altas temperaturas, aumentando a perda evaporativa das lavouras. Isso afeta tanto o desenvolvimento inicial das plantas (especialmente nos últimos lotes semeados) quanto o crescimento das lavouras já estabelecidas.

Em províncias como Buenos Aires, Córdoba, Santa Fé e Entre Ríos, apesar de algumas chuvas pontuais que ajudaram na semeadura, as reservas hídricas são insuficientes e, se não houver precipitações significativas no curto prazo, o potencial de desenvolvimento da soja pode ser comprometido.

Já em áreas como La Pampa e no leste de Santiago del Estero, a falta de chuva é ainda mais crítica, acarretando emergência desuniforme e crescimento limitado para a soja de segunda ocupação.

Nos locais onde há umidade adequada, o cultivo apresenta bom estado geral, ainda que a combinação de clima quente e menor disponibilidade hídrica favorece o surgimento de pragas, com registro de ácaro-vermelho (Tetranychus ludeni), plantas daninhas como o caruru (Amaranthus), e lagartas desfolhadoras.

Atenção para temperaturas extremas nesta semana

Além das condições já desafiadoras, a previsão para a semana indica temperaturas significativamente mais elevadas do que a média para o período, em decorrência do fenômeno conhecido como “Domo de Calor”.

Esse fenômeno, além de manter as temperaturas elevadas, impede o avanço das frentes frias, mantendo o tempo mais seco e reforçando as condições de calor.

As médias de temperatura para  a semana podem ficar até 3°C acima do esperado para a época do ano.  em importantes regiões produtoras do país como na província de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé, assim, o calor pode afetar 13,404 milhões de hectares dessas províncias, além de outras grandes regiões produtoras.

Além das temperaturas significativamente mais elevadas, espera-se uma redução das chuvas especialmente na parcela norte do país, onde são esperados menos de 40 mm no decorrer da semana, resultando em volumes inferiores ao que seria esperado para essa mesma época do ano.

Em resumo, a soja na Argentina segue avançando em implantação e entrando em estágios reprodutivos, porém sob o alerta de que o déficit hídrico pode limitar o rendimento e demandar estratégias de manejo mais rigorosas.

AgroLink | Foto: Charlie & Melody Wambeke

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