Haddad desmente imposto sobre pets e Pix após vídeo falso feito com IA
- 14/01/2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desmentiu
informações falsas sobre a taxação de animais de estimação e a criação de um
imposto sobre o Pix. Em vídeo postado nas redes sociais na noite de
quinta-feira (9), o ministro rebateu mentiras que têm circulado na internet nos
últimos dias sobre a criação ou o aumento de tributos.
“Imposto sobre Pix, mentira. Imposto sobre quem compra
dólar, mentira. Imposto sobre quem tem um animal de estimação, mentira.
Pessoal, vamos prestar atenção, está circulando uma fake news. Prejudica o
debate público, prejudica a política, prejudica a democracia”, disse o ministro
no vídeo, de 1min5s.
A publicação do vídeo de Haddad ocorreu horas depois de a
Advocacia-Geral da União (AGU) ter enviado uma notificação extrajudicial ao
Facebook para remover, em até 24 horas, um vídeo deepfake (vídeo artificial com
a cara e a voz de terceiros) com uma declaração criada por inteligência
artificial (IA) em que o ministro se dizia favorável à criação do “imposto do
cachorrinho de estimação”.
“A postagem, manipulada por meio de inteligência artificial,
contém informações fraudulentas e atribui ao ministro declarações inexistentes
sobre a criação de um imposto incidente sobre animais de estimação e pré-natal”,
ressaltou a notificação da AGU.
“A análise do material evidencia a falsidade das informações
por meio de cortes bruscos, alterações perceptíveis na movimentação labial e
discrepâncias no timbre de voz, típicas de conteúdos forjados com o uso de
inteligência artificial generativa”, acrescentou o documento.
Se o Facebook não retirar o vídeo, a AGU pediu que o
conteúdo receba uma tarja com a informação de que se trata de uma criação com
inteligência artificial. O vídeo também circulou na rede X (antigo Twitter).
Nesta semana, a Meta, empresa dona do Instagram e do Facebook, anunciou que
eliminará o programa de checagem de fatos de suas plataformas.
“Essas coisas são mentirosas e às vezes elas misturam com
uma coisa que é verdadeira para confundir opinião pública", criticou
Haddad no vídeo.
A única notícia verdadeira que circulou nas redes nos
últimos dias, ressaltou o ministro, foi a tributação das bets, casas virtuais
de apostas esportivas, e dos cassinos eletrônicos, que entrou em vigor em
janeiro com a regulamentação das apostas on-line. “São casas de apostas que
lucram uma montanha de dinheiro. Essas casas de apostas vão ter que pagar
impostos devidos como qualquer outra empresa instalada no Brasil. Fora isso, é
tudo falso”, afirmou.
Imposto sobre Pix
Haddad também comentou a mentira sobre a criação de um
imposto sobre o Pix. O vídeo exibiu mensagens relativas ao tema nas redes
sociais com o carimbo de “falso” e matérias jornalísticas com o desmentido da
Receita Federal com o carimbo de “fato”.
Em 1º de janeiro, entraram em vigor as novas regras da
Receita Federal para a fiscalização de transferências financeiras. A principal
mudança foi a extensão do monitoramento de transações financeiras às
transferências Pix que somam pelo menos R$ 5 mil por mês para pessoas físicas e
R$ 15 mil para pessoas jurídicas.
No entanto, uma onda de notícias falsas nas redes sociais
provocou desinformação, ao indicar que o reforço na fiscalização, que já é
feita sobre os bancos comerciais e cooperativas de crédito, significaria a
taxação do Pix. A Receita, na verdade, estendeu o monitoramento de
transferências Pix a fintechs (bancos digitais) e instituições de pagamento
(que fornecem carteiras virtuais) e atualizou o sistema de fiscalização sobre
as transações com cartão de crédito.
O Fisco esclareceu que a nova norma não significa aumento de
tributação e pretende apenas melhorar o gerenciamento de riscos para a administração
tributária.
“Fake news prejudica a democracia e traz uma série de
inseguranças para as pessoas. Então fica ligado, deixe a mentira de lado”,
concluiu o ministro no vídeo.
AEN | Foto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL
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