Lula: "Democracia venceu e ainda estamos aqui"
- 09/01/2025
"Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: ainda
estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está
viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de
2023". Com essas palavras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou
seu discurso em ato no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (8), para marcar
os dois anos da tentativa frustrada de golpe de Estado em 2023.
A frase inicial faz uma referência ao filme "Ainda
estou aqui", dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres -
ganhadora do Globo de Ouro - sobre a
trajetória de Eunice Paiva durante a ditadura militar, após ter o marido,
Rubens Paiva, preso e assassinado pelo regime. A cerimônia no Planalto contou
com a presença de ministros, parlamentares, governadores e representantes dos
Três Poderes, além dos comandantes das Forças Armadas, a quem o presidente fez
questão de agradecer pela participação.
"Estamos aqui para lembrar que, se estamos aqui, é
porque a democracia venceu. Caso contrário, muitos de nós talvez estivéssemos
presos, exilados ou mortos, como aconteceu no passado. E não permitiremos que
aconteça outra vez", prosseguiu Lula.
Em uma cerimônia anterior, o presidente recebeu de volta 21
obras de arte e peças do acervo cultural do Palácio do Planalto, que haviam
sido vandalizadas pelos invasores no dia 8 de janeiro de 2023, entre elas, um
relógio suíço do século 18 que pertenceu a Dom João VI e a icônica pintura As
Mulatas, de Di Cavalcanti.
Após a cerimônia no Salão Nobre do Planalto, Lula e as
autoridades desceram a rampa do palácio para um ato na Praça dos Três Poderes,
batizado de Abraço da Democracia, com a presença de populares e movimentos
sociais.
Obra em construção
Ainda em seu discurso em defesa da democracia, Lula falou
que esse regime é uma obra em construção, e precisa ser uma realidade para todas
as pessoas, além do discurso.
"Democracia para poucos não é democracia plena. Por
isso, a democracia será sempre uma obra em construção. A democracia será plena
quando todas e todos os brasileiros, sem exceção, tiverem acesso à alimentação
de qualidade, saúde, educação, segurança, cultura e lazer", observou.
Lula seguiu destacando a necessidade de construir um país
mais justo, especialmente para as minorias sociais oprimidas do país.
"A democracia será plena quando todos e todas sejam, de
fato, iguais perante à lei, e a pele negra não seja mais alvo da truculência
dos agentes do Estado. Quando os povos indígenas tiverem direito às suas
terras, suas culturas e suas crenças. Quando as mulheres conquistarem igualdade
de direitos, e o direito de estar onde quiser estar, sem serem julgadas,
agredidas ou assassinadas", afirmou.
Investigação e punição
Sobre a tentativa de golpe de Estado e as investigações que
apontam uma trama para assassiná-lo, assassinar o vice-presidente Geraldo
Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o
presidente Lula voltou a cobrar punição e pregar direito de defesa.
"Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão sendo
investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão
pelos crimes que cometeram, inclusive os que planejaram os assassinatos do
presidente, do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal
Superior Eleitoral".
EBC | Foto: LULA MARQUES/ AGÊNCIA BRASIL
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