Lira convoca reunião de líderes dias após decisão suspender emendas
- 30/12/2024
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL),
convocou uma reunião por videoconferência, na tarde desta quinta-feira (26), com
líderes partidários da Casa, prevista para começar às 15h. Lira está em
Brasília e coordenará os trabalhos da residência oficial da presidência da
Câmara.
Oficialmente, segundo a assessoria, o encontro tratará das
eleições para a Mesa Diretora da Câmara, que ocorrerá em fevereiro do próximo
ano. O principal candidato à sucessão de Lira, que conta com apoio do próprio
presidente em fim de mandato, é o deputado federal Hugo Motta
(Republicanos-PB), cuja candidatura já recebeu a adesão formal de 17 partidos.
Os demais cargos da Mesa Diretora devem ser debatidos ao longo da reunião.
O outro tema que deve ser abordado na videoconferência é a
decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que
suspendeu o pagamento de cerca de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão que não
teriam cumprido critérios de transparência para sua execução. A decisão foi
publicada na segunda-feira (23), antevéspera do feriado de Natal.
No despacho, Dino também determinou a instauração de
inquérito pela Polícia Federal (PF), após pedido do PSOL, que teve, por base,
suspeitas de irregularidades na destinação dos recursos de emendas das
comissões permanentes do Legislativo. Recentemente, a decisão de Dino,
definindo critérios de transparência e rastreabilidade para a liberação de
emendas, foi referendada por unanimidade pelo STF.
A suspensão no pagamento de emendas parlamentares teve
origem em uma decisão do STF, de dezembro de 2022, que entendeu serem
inconstitucionais alguns repasses que não estariam de acordo com as regras de
distribuição de recursos. Diante da situação, o Congresso Nacional aprovou uma
resolução alterando essas regras. O PSOL, então, entrou com uma ação contrária
ao pagamento dessas emendas.
Em agosto deste ano, Dino, além de suspender o pagamento de
emendas, determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) auditasse os
repasses dos parlamentares por meio das emendas do chamado orçamento secreto.
No dia 10 de dezembro, o governo federal publicou uma portaria conjunta para
operacionalizar a liberação das emendas, dias antes da votação de uma série de
medidas econômicas, incluindo pacote fiscal e a regulamentação da reforma
tributária. A portaria buscava concretizar a decisão do STF de estabelecer
critérios de transparência e, com isso, permitir a efetivação do empenho e
pagamento dos recursos indicados por parlamentares, bancadas e comissões.
EBC | Foto: LULA MARQUES/ AGÊNCIA BRASIL
Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874
0 Comentários