Lei que cria Política Nacional de Cuidados entra em vigor
- 26/12/2024
A Lei 15.069 de 2024, que institui a Política Nacional de
Cuidados e que foi sancionada na segunda-feira (23) pelo presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, entrou em vigor nesta terça-feira (24).
Entre as medidas previstas pela lei, publicada na edição desta terça do Diário
Oficial da União, está a elaboração de um plano nacional com ações, metas,
indicadores, instrumentos, períodos de vigência e revisão, órgãos e entidades
responsáveis.
A responsabilidade pelo cuidado será compartilhada entre o
Estado, as famílias, o setor privado e a sociedade civil. O objetivo é criar
uma rede de suporte mais robusta e eficaz no país, que garanta que nenhum grupo
social esteja sobrecarregado com as responsabilidades de cuidado.
A política prioriza, como beneficiários das atividades de
cuidado, crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. Há ainda a possibilidade de ampliar
gradualmente o público prioritário da política, dependendo de novas demandas.
“O Estado vai cuidar dessas pessoas e vai tirar a
invisibilidade tanto da pessoa que precisa de cuidado quanto das pessoas que
cuidam. Esse dinheiro é investimento na qualidade de vida das pessoas que
trabalharam tanto, que dedicaram tanto tempo pra construir esse Brasil”, disse
Lula em vídeo publicado em suas redes sociais, na segunda-feira, depois de
sancionar a lei.
O texto também garante prioridade para a promoção do
trabalho decente àqueles que trabalham, de forma remunerada, com o cuidado de
outras pessoas, o que inclui o enfrentamento da precarização e a implementação
de políticas que assegurem salários justos, direitos trabalhistas adequados e
condições de trabalho seguras.
A ideia é também transformar a percepção e a organização do
cuidado na sociedade, com o objetivo de fazer com que as responsabilidades
sejam distribuídas de forma mais equitativa entre homens e mulheres. Segundo
dados de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as
mulheres gastam, em cuidados com os outros, o dobro do tempo dos homens.
Para aqueles que necessitam de cuidado, a lei busca, segundo
o governo federal, promover “a inclusão e a equidade, garantindo que todos
tenham acesso ao cuidado necessário, independentemente de sua situação
socioeconômica, gênero, raça ou condição física”.
EBC | Foto: RAFA NEDDERMEYER/AGÊNCIA BRASIL
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