Capag A: Paraná conquista pela primeira vez nota máxima em índice do Tesouro Nacional
- 13/11/2024
O Paraná é nota A na avaliação sobre a Capacidade de
Pagamento dos Estados e Municípios (Capag), métrica da Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) que classifica a capacidade dos estados brasileiros de honrar
seus compromissos financeiros. O relatório divulgado na noite desta terça-feira
(12) confirmou as expectativas e colocou o Paraná pela primeira vez com a nota
máxima no índice.
Com isso, o Estado obtém uma nota A+ no sistema integrado da
STN, já que também possui uma classificação A no Ranking da Qualidade da
Informação Contábil e Fiscal no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do
Setor Público Brasileiro (Siconfi).
O principal objetivo da Capag é verificar se um novo
endividamento representa risco de crédito para o Tesouro Nacional. Na prática,
a nota funciona como uma espécie de selo de aprovação para estados e municípios
na hora de realizar operações de crédito com garantia da União. Uma boa
classificação, entre outras vantagens, facilita o acesso a financiamentos com
juros mais baixos.
"É uma conquista histórica. Trabalhamos ao longo dos
últimos anos com muita responsabilidade com as contas públicas e chegamos na
nota A. É possível alinhar investimentos públicos com responsabilidade na
gestão do caixa, o que estimula a economia e a geração de empregos", disse
o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
De acordo com o secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, a
melhora da nota é reflexo da saúde fiscal do Estado, ou seja, da boa gestão
econômica que o Governo do Paraná vem adotando ao longo dos últimos anos.
“Trabalhamos por muito tempo e com muita responsabilidade em busca dessa nota
A, que felizmente chegou pela primeira vez na história paranaense”, comemora.
“E, mais do que ser motivo de orgulho e reconhecimento pelo trabalho de gestão
que estamos fazendo, essa avaliação representa oportunidades e desenvolvimento
para os próximos anos”.
Isso porque, além do acesso a juros menores, a Capag A
também abre as portas para mais crédito. A partir de sua nota máxima, o Paraná
deixa de ter um limite de valor para a obtenção de empréstimos que têm a União
como sua garantidora e conta com espaço fiscal para operações de crédito que
pode chegar a 12% da Receita Corrente Líquida (RCL). Isso significa um maior
acesso a crédito, inclusive internacional, para grandes investimentos, por
exemplo.
"Desde 2019 buscamos a sustentabilidade fiscal. Esse
período foi atravessado pela pandemia de Covid-19 e eclosão de conflitos
armados em importantes países no cenário geopolítico global. Estes eventos
mudaram o funcionamento da economia brasileira, o que exigiu cautela e
diligência na evolução das despesas. E esse trabalho cauteloso culminou com a
nota A", acrescentou o ex-secretário da Fazenda e diretor de Operações do
BRDE, Renê Garcia Junior.
AVANÇOS IMPORTANTES – Para a diretora do Tesouro Estadual, Carin Deda, a melhora da nota do Paraná era algo esperado. O Estado já havia alcançado classificação A nos índices Endividamento e Liquidez na última avaliação da STN, tendo um B somente em Poupança Corrente.
E, embora essas classificações tenham se mantido em 2024, o
valor de cada índice pesou a favor de uma melhora na nota geral do Estado.
Exemplo disso foi a redução do Endividamento, de 58,29% para 49,07%, e a
melhora no indicador de Liquidez, que passou a considerar a relação entre o
Caixa e a RCL, para 23,68%, significativamente acima da condição para obtenção
da nota A neste indicador, que é de 5%.
“O histórico da capacidade de pagamento do Paraná reflete a
boa gestão do Estado”, aponta Carin. “O indicador de Liquidez é prova disso,
demonstrando o compromisso com a sustentabilidade fiscal. O Paraná formou um
colchão capaz de fazer frente a situações adversas para as finanças estaduais”.
O índice de Liquidez mensura justamente a capacidade do Estado
de cumprir suas obrigações financeiras e de pagamento. Ele leva em conta seus
recursos ativos e as dívidas e despesas. No caso, a relação entre essas duas
medidas revela que o Paraná é capaz de honrar com seus compromissos com
relativa folga.
Além disso, a diretora do Tesouro Estadual destaca também
como a quitação da dívida histórica com o Banco Itaú e a revisão de valores
referentes ao parcelamento do PASEP ajudaram a melhorar o índice Endividamento
com uma redução de quase R$ 5 bilhões no saldo devedor, o que impactou bastante
a nota final.
DE OLHO EM 2025 – A Capag tem como base os dados do ano
anterior à sua divulgação. Por isso mesmo, a Secretaria de Estado da Fazenda
(Sefa) já está de olho na Capag 2025 com base nos avanços que o Estado
conquistou neste ano de 2024.
Para o diretor-adjunto da Diretoria do Tesouro Estadual,
João Carlos Marques, a estimativa é que o Paraná mantenha o recém-conquistado
A, já que os avanços conquistados se mantiveram e se consolidaram ao longo de
2024. “Tanto os indicadores de Endividamento quanto de Liquidez Relativa têm
margens confortáveis para o próximo ano, refletindo o controle eficaz da dívida
pública e a robustez do caixa estadual”, explica.
Em relação à Poupança Corrente, o Governo do Estado e a Sefa
seguem adotando medidas de contenção de despesas correntes para manter o índice
sob controle. Exemplo disso, é o Decreto Estadual nº 5.919/2024, que estabelece
limite com base na variação da RCL para o acréscimo anual dessas despesas.
AEN
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