Senadores apresentam projetos para agravar penas em crimes de incêndio
- 13/09/2024
Diante do avanço das queimadas no Brasil, o Senado vai
analisar dois projetos de lei que buscam endurecer as punições para crimes de
incêndio. Apresentado nesta quarta-feira (11) pelo senador Jader Barbalho
(MDB-PA), um dos projetos propõe classificar incêndios em áreas rurais como
crime hediondo. O outro, de autoria de Humberto Costa (PT-PE), começou a
tramitar no início do mês e aumenta as penas para incêndios cometidos por
grupos.
As propostas respondem ao aumento no número de queimadas no
Brasil, que registrou 68,3 mil focos em agosto deste ano, um crescimento de
144% em relação ao mesmo período de 2023, segundo o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe).
Além dos danos ambientais, os incêndios têm impacto na saúde
pública. Conforme o Inpe, uma cortina de fumaça chegou a cobrir até 60% do
território nacional, afetando a qualidade do ar em diversas regiões do Brasil e
em países vizinhos. Os biomas mais atingidos são a Amazônia e o Cerrado, onde
as queimadas são frequentemente provocadas por desmatamento e atividades
agrícolas.
Aguardando publicação e distribuição para as comissões
temáticas, o projeto (PL 3.517/2024) de Jader Barbalho altera a Lei de Crimes
Hediondos (Lei 8.072, de 1990) para incluir o incêndio em áreas rurais entre os
crimes sujeitos a penas mais severas. O senador destaca que 199 milhões de
hectares, ou 23% do território brasileiro, foram atingidos por incêndios desde
1985, com grande parte dos focos localizados no Cerrado e na Amazônia.
“Em virtude dos desastres ambientais e das perdas de vidas
que os incêndios provocam todos os anos, é necessário tratar esse tipo de crime
com maior rigor, aplicando penas mais severas e transformando-o em
hediondo", defende Jader.
Já a proposta (PL 3.417/2024) do senador Humberto Costa
modifica o Código Penal (Decreto-Lei 2.848, de 1940) e a Lei de Crimes
Ambientais (Lei 9.605, de 1998), para aumentar a pena em um terço para
incêndios cometidos por duas ou mais pessoas. A proposta está na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), aguardando emendas antes da votação em caráter
terminativo. Ou seja, se aprovado na comissão, o texto seguirá diretamente para
a Câmara dos Deputados, a menos que seja aprovado requerimento para votação em Plenário.
“Incêndios, por si só, são trágicos, mas quando ocorrem de
forma intencional, são inaceitáveis, daí porque são considerados crimes. Mais
graves, ainda, são os incêndios cometidos por grupos de pessoas, pois essa
circunstância potencializa o alcance das condutas e, por conseguinte, as
consequências para as pessoas, o patrimônio e o meio ambiente atingidos.",
afirma Humberto.
Agência Senado | Foto: Joedson Alves/Agência Brasil
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