Lula não irá opinar em eleição da Câmara, diz líder do governo
- 27/08/2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta
segunda-feira (26), no Palácio do Planalto, 16 líderes partidários da base de
apoio ao governo e representantes de bancadas da Câmara dos Deputados, para
fazer um balanço das votações e do andamento da pauta legislativa no Congresso
Nacional. Na ocasião, o presidente afirmou que não se envolverá nas eleições
para a Mesa Diretora da Câmara, em fevereiro do ano que vem, que vai definir o
novo presidente da Casa pelos próximos dois anos.
A informação foi dada pelo líder do governo na Câmara, José
Guimarães (PT-CE), em coletiva de imprensa logo após o fim da reunião.
"[O presidente] afirmou que os três candidatos, todos
eles, têm o apreço, por parte do governo, e que não iria opinar sobre um ou
outro candidato. Essa foi uma novidade que ele colocou, a despeito das
narrativas e versões que são criadas ou constituídas sobre este ou aquele
candidato", disse Guimarães.
A disputa pelo comando da Câmara dos Deputados concentra-se,
até o momento, em três pré-candidatos: o atual vice-presidente da Casa, Marcos
Pereira (Republicanos-SP), Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União
Brasil-BA), esses dois últimos respectivamente os líderes do PSD e União
Brasil, que participaram do encontro com Lula.
"Ele [Lula] levantou que é importante que o processo de
eleição da Câmara, que todos [os deputados] estamos envolvidos, termine bem. E
que quem ganhar a eleição será o primeiro a se reunir com ele para discutir a
parceria e o respeito institucional entre o Poder Executivo e o [Poder]
Legislativo", observou o líder do governo.
Votações
Ainda segundo o líder do governo, Lula abordou a necessidade
de conclusão da votação da regulamentação da reforma tributária, que deve
entrar em pauta no esforço concentrado para votações em plenário esta semana. A
segunda parte da regulamentação da reforma tributária trata da gestão e
fiscalização do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), criado na reforma, que
ainda irá ao Senado.
Outra votação prioritária é o Projeto de Lei do Programa
Acredita, política de crédito e renegociação de dívidas para pequenos negócios,
cuja Medida Provisória perdeu a validade e a Câmara agora analisa um texto de
mesmo teor para retomar a validade da legislação.
De acordo com o ministro das Relações Institucionais,
Alexandre Padilha, a reunião foi um momento de agradecimento, por parte do
presidente, aos líderes partidários que têm apoiado as votações de interesse do
governo no Parlamento
"Mais uma vez, o presidente fez um agradecimento do
quanto que a Câmara dos Deputados, o conjunto dos líderes e o presidente da
Câmara [Arthur Lira], têm contribuído para esse bom momento que o país está
vivendo de recuperação econômica", destacou o ministro.
Emendas
Sobre as novas regras para a execução de emendas
parlamentares ao Orçamento da União, o ministro Alexandre Padilha disse que
Lula reforçou aos líderes a necessidade de concretizar o pacto anunciado na
semana passada, entre os Três Poderes.
"A orientação dele é que Congresso Nacional, Executivo
e Judiciário construam a solução acordada, que reconheça o papel e o valor dos
parlamentares em fazer a indicação de projetos e recursos para as suas
localidades, e que se reconheça também outros preceitos constitucionais, e que
foram vistos por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal [STF]", disse o
ministro.
Há cerca de uma semana, o Supremo confirmou, por
unanimidade, três decisões provisórias do ministro Flávio Dino, que suspendeu
as transferências das emendas parlamentares, incluindo as chamadas
"emendas Pix", que permitiam a transferência direta de recursos
públicos sem destinação específica a algum projeto ou programa.
Por causa disso, uma reunião envolvendo ministros do STF, os
presidentes da Câmara e do Senado e representantes do governo federal
estabeleceram novos critérios para a liberação dos recursos, garantindo que as
emendas parlamentares deverão “respeitar critérios de transparência,
rastreabilidade e correção”. Essas regras serão agora estabelecidas por um
grupo de trabalho do qual fazem parte o governo federal e congressistas, e
devem ser apresentadas nos próximos dias.
EBC | Foto: Ricardo Stuckert/PR
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