Como o mercado de trigo reagiu às geadas?
- 14/08/2024
Segundo informações da TF Agroeconômica, as geadas recentes
no Rio Grande do Sul foram intensas, mas não devem causar grandes prejuízos às
lavouras de trigo devido ao estágio atual de desenvolvimento das plantações.
Apesar do clima rigoroso, não se espera que haja relatórios significativos de
perdas ou danos nas colheitas. O mercado local de trigo Tipo 1, no entanto,
segue apático, com moinhos bem abastecidos e aguardando o fechamento do mês
para retomar as compras. A baixa margem de lucro tem sido uma reclamação
constante entre os moageiros, e a TF Agroeconômica sugere o uso de mercados
futuros como uma solução viável para esses desafios financeiros.
Em Santa Catarina, a situação dos moinhos reflete uma
realidade de estoques altos e demanda fraca. Os moinhos estão prolongando seus
estoques, abastecendo-se principalmente de trigo gaúcho, que atualmente é o
mais barato, tanto da safra velha quanto da nova. A baixa viabilidade econômica
das farinhas tem dificultado o mercado, com preços oferecidos pelos compradores
que não cobrem os custos de produção. Assim como no Rio Grande do Sul, a
utilização de mercados futuros nos meses anteriores poderia ter sido uma
estratégia vantajosa para mitigar esses desafios.
No Paraná, a comercialização do trigo também enfrenta
dificuldades. Os vendedores estão praticamente ausentes para a safra nova, com
poucas ofertas de trigo velho sendo negociadas. Os preços variam, com trigo
safra velha sendo negociado a valores entre R$ 1.650,00 e R$ 1.700,00 por
tonelada. Já o trigo paraguaio é cotado entre 280 e 300 dólares posto em Ponta
Grossa, enquanto o trigo argentino tem preços estimados em 320 dólares no porto
de Paranaguá. Embora as chuvas recentes tenham sido benéficas para as lavouras
nos Campos Gerais, a previsão de geadas para toda a semana pode impactar
negativamente a colheita.
AgroLink | Foto: Canva
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