Com investimento da Itaipu, Biofábrica de Mosquitos é inaugurada em Foz do Iguaçu
- 29/07/2024
Foz do Iguaçu acaba de ganhar uma nova arma na luta contra a
dengue: é a Biofábrica de Mosquitos Método Wolbachia, inaugurada nesta
segunda-feira (29). A ideia é procriar e liberar no meio ambiente mosquitos
Aedes aegypti contaminados com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da
dengue, zika e chikungunya se desenvolvam.
A unidade é resultado de uma parceria entre a Itaipu
Binacional, Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto WMP
(World Mosquito Program), Governo do Paraná e prefeitura de Foz do Iguaçu. O
investimento da Itaipu foi de R$ 161.556,20, em equipamentos e adequação do
espaço, de aproximadamente 166 metros, localizado no Horto Municipal de Foz do
Iguaçu.
“A Itaipu é parceira nesse processo há muito tempo. Temos
discutido essa questão da Wolbachia desde 2019 e dado suporte, tanto técnico
quanto financeiro, para que esse momento chegasse aonde chegou, que é
justamente a concretização da biofábrica de mosquitos”, explicou o gerente da
Divisão de Iniciativas de Responsabilidade Social da Itaipu Binacional, Kleber
Vanolli.
O chefe da Assessoria da Responsabilidade Social da Itaipu,
Eduardo Augusto Scirea, destacou o uso da ciência e da tecnologia e,
principalmente, das colaborações institucionais no combate à dengue. “Quando
existe convergência e parceria para melhorar a qualidade de vida da população,
há responsabilidade social, e isso é papel da Itaipu Binacional”, afirmou.
Nova tecnologia para velhos problemas
Os mosquitos, que serão liberados no ambiente, não são
geneticamente modificados e não são transmissores de outras doenças. O método
reduziu 96% dos casos de dengue na Austrália, onde foi desenvolvido.
“O método Wolbachia foi descoberto na Austrália, por volta
dos anos 2009. Identificou-se uma bactéria presente na mosca da fruta que,
quando presente no Aedes aegypti, é capaz de bloquear a replicação do vírus da
dengue. Com a chegada da chikungunya e da zika, observou-se que essa bactéria,
que vive dentro da célula do inseto, também prejudica a replicação desses
vírus”, explicou Diogo Chalegre, líder de Relações Institucionais e
Governamentais do Instituto WMP - iniciativa internacional sem fins lucrativos
que busca proteger a comunidade global de doenças transmitidas por mosquitos.
De acordo com a WMP, serão produzidos aproximadamente 1.300
mosquitos por semana. Esses insetos serão liberados por meio de uma van que,
durante 20 semanas, percorrerá uma área que corresponde a pouco mais de 50% do
território da cidade de Foz do Iguaçu.
“Antes de fazer qualquer liberação de mosquito, a gente faz
um trabalho extremamente importante no campo, que é a atividade de engajamento
comunitário, ou seja, nós conversamos, dialogamos com a população nas diversas
frentes, saúde, educação, lideranças sociais, informando o que vamos fazer”,
complementou Chalegre.
Quando os mosquitos com Wolbachia são soltos no ambiente,
eles se acasalam com os insetos locais, e a nova geração também carrega a
bactéria. Gradualmente, a proporção de mosquitos com Wolbachia cresce e se
mantém elevada, eliminando a necessidade de novas liberações.
“Esperamos que seja um método efetivo para reduzir
drasticamente a infeção do vírus da dengue nesse novo período epidemiológico”,
afirma a Diretora da Secretaria do Estado do Paraná, Maria Goretti Lopes.
Foz do Iguaçu e Londrina estão entre as seis cidades
selecionadas no Brasil para participar das etapas finais do método. Há planos
de instalação de uma biofábrica em Curitiba. De acordo com a Secretaria de
Saúde do Paraná, até a semana passada, o estado registrou mais de 8.995 casos
da doença e 22 óbitos.
Assessoria | Sara Cheida/Itaipu Binacional
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