Senado pode votar dívida dos estados e desoneração antes do recesso
- 26/06/2024
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disse nesta
terça-feira (25) que a área econômica do governo e o Congresso Nacional
chegaram a um acordo sobre as medidas para compensar a perda de receitas com a
desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e para pequenos
municípios e sobre a proposta para renegociação da dívida dos estados. Segundo
ele, é possível aprovar os dois temas antes do início do recesso parlamentar,
marcado para dia 18 de julho.
“Temos agora uma perspectiva concreta de, antes do recesso,
termos a apreciação e aprovação desses dos dois temas e tirarmos esses dois
temas do rol das nossas necessidades e prioridades de solução, para que
possamos avançar em outras pautas propositivas para o Brasil”, disse.
Segundo Pacheco, as propostas para compensar a desoneração
da folha envolvem programas de repatriação de recursos no exterior, de
atualização de ativos e de equacionamento de multas em agências reguladoras.
“Será um programa do tipo Desenrola para poder regularizar aqueles que têm
dívidas nessas agências reguladoras e que possam possam ter um estímulo para o
pagamento com redução de multas e juros sobre essas obrigações.”
Além disso, segundo Pacheco, a taxação das compras
internacionais de até US$ 50, que foi aprovada no Congresso e espera sanção do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também pode ser uma fonte de arrecadação
considerada para a compensação da desoneração.
“Há uma convicção hoje de nossa parte e do Ministério da
Fazenda de que a questão da desoneração da folha de pagamento, tanto dos
municípios quanto dos 17 setores, estará equacionada com essas fontes de
compensação”, disse Pacheco.
Dívidas dos estados
O presidente do Senado também fechou com o governo a
proposta para renegociação das dívidas dos estados, que prevê a possibilidade
de que os ativos dos estados possam ser usados para a amortização e pagamento
da dívida com a União. Também deverá haver a redução do indexador de juros,
hoje estabelecida no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais
4%.
Pela proposta, esses 4% poderão ser transformados em prêmios
pelos ativos entregues e também podem ser substituídos por investimentos nos estados, especialmente em
educação, infraestrutura e segurança pública. "Ou seja, ao invés de pagar
juros para a União, os estados endividados se comprometem em investimentos como
contrapartida da redução do indexador", explicou Pacheco.
EBC | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
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