TCE alerta Governo do Paraná para limite de gastos com pessoal
- 15/01/2019
O governo do Paraná está próximo
de atingir o limite de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade
Fiscal, e pode ficar proibido de contratar novos servidores ou conceder
aumentos salariais caso as despesas com a folha de pagamento continuem
crescendo. O alerta é do Tribunal de Contas do Estado. Segundo o TCE, entre
setembro de 2017 e agosto de 2018, o governo estadual gastou 46,16% da receita
corrente líquida (RCL) com o pagamento de salários e benefícios do
funcionalismo público da ativa e aposentados. Com isso, atingiu 94,20% do
limite de gastos com pessoal estabelecido na LRF para o Executivo, de 49% da
receita.
Caso atinja 95% do limite, o
Estado já passará a sofrer uma série de restrições previstas na lei, como a
proibição de concessão de vantagens, aumentos, reajuste ou adequações de
remuneração; criação de cargos; alteração em carreiras que implique aumento de
despesa; nomeações, admissão ou contratação de pessoal, com exceção de casos de
reposição de aposentadoria ou falecimento de servidores nas áreas de educação,
saúde e segurança; e pagamento de horas extras.
Se ultrapassar os 49% de gastos
com pessoal, a Constituição prevê que o governo obrigado a reduzir essas
despesas, inicialmente cortando gastos com comissionados e funções de
confiança. Caso não seja suficiente para voltar ao limite, o governo terá que
demitir servidores não estáveis. Se, ainda assim, persistir o problema, será
preciso demitir servidores de carreira. Nesse caso, o gestor terá dois
quadrimestres ou oito meses para eliminar o excedente, sendo um terço no
primeiro, adotando as medidas constitucionais
Esse é o segundo alerta de
despesa de pessoal expedido ao governo estadual em 2018; e refere-se ao período
que abrange desde o terceiro quadrimestre de 2017 até o segundo quadrimestre do
ano passado.
Desafio
Os gastos com pessoal são um dos
principais desafios do governo Ratinho Júnior no início da nova administração.
O funcionalismo está sem reajuste desde janeiro de 2016, e acumula perdas
inflacionárias de 16%, segundo o Fórum da Entidades Sindicais dos Servidores
Públicos do Paraná (FES/PR). Durante a campanha, Ratinho Jr afirmou que
pretendia estabelecer uma nova forma de negociação com a categoria,
estabelecendo uma política salarial para os quatro anos de mandato
Na semana passada, durante cerimônia de posse da nova cúpula da Segurança Pública do Estado, o governador admitiu que um dos maiores problemas da área é o baixo efetivo policial, mas descartou a realização de concurso para a contratação de mais policiais justamente em virtude do limite de gastos com pessoal. “Não temos condição. Nós vamos ter que reorganizar tudo isso para a hora que baixar esse limite prudencial nós podermos fazer os concursos não só para a área de segurança, mas para as demais áreas”, afirmou Ratinho Jr. “O Estado tem um limite de contratação de pessoal. Você tem um teto de investimento, até porque tem toda a responsabilidade fiscal. O contingente da Polícia Militar do Paraná é de 15 anos atrás”, reconheceu o governador.
Bem Paraná
Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874
0 Comentários