Senadores selecionam medidas para compensar desoneração da folha
- 13/06/2024
As lideranças do Senado Federal formularam nesta
quinta-feira (13) uma lista de medidas para compensar a perda de arrecadação do
governo de R$ 17 bilhões com a desoneração da folha de pagamento de municípios
e setores econômicos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vai
analisar as propostas apresentadas.
Entre as medidas selecionadas, estão o Programa de
Regularização Tributária (PRT), em tramitação na Câmara; os recursos de
depósitos judiciais esquecidos em bancos há mais de cinco anos; um programa
para incentivar o pagamento de multas devidas às agências reguladoras; a
atualização de ativos; e a repatriação de recursos do exterior.
A lista ainda prevê usar para essa compensação tanto os
recursos da taxação das compras internacionais de até US$ 50, quanto as
receitas previstas pela medida provisória (MP) 1202, que limitou a compensação
de créditos decorrentes de decisão judicial, ambas já aprovadas pelo Congresso
Nacional.
O líder do governo no Senado e relator do projeto da
compensação da desoneração, senador Jaques Wagner (PT-BA), disse que o
presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu empenho de todos os
senadores para encontrar a compensação.
“Estamos com uma responsabilidade agora, que não é exclusiva
dos senadores, é do governo também, evidentemente, e é dos empresários também.
Então, na minha opinião, acho que terá uma espécie de esforço concentrado para
encontrar essas compensações. Ninguém quer deixar ao léu essa falta de
compensação”, comentou Wagner, acrescentando que vai levar as sugestões para o
Ministério da Fazenda.
As lideranças selecionaram outras medidas que podem
compensar a isenção aprovada no Parlamento sobre a folha de pagamento depois
que a solução encontrada pelo governo por meio da Medida Provisória (MP)
1227/2024, que reduziu as compensações com PIS e Confins por parte dos
empresários, foi parcialmente rejeitada pelo presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG).
Denominador comum
O ministro Haddad disse que irá considerar as propostas dos
senadores, até por facilitar a votação dessa compensação, já que a iniciativa
partiu do próprio Senado.
“Todas as propostas dos senadores vão ser processadas por
nós, para nós encaminharmos análise de impacto de cada uma delas. A mediação
vai ser feita pelo senador Jacques Wagner, que vai fazer essa ponte, sem
prejuízo do diálogo com os demais senadores interessados. Então, eu penso que
nós vamos chegar a um denominador comum rápido”, destacou.
O autor da proposta da desoneração, senador Efraim Filho
(União-PB), destacou que as medidas são ideias que podem ou não serem acolhidas
pelo relator Jacques Wagner.
“As medidas de compensação devem vir de receitas novas, que
não sacrifiquem o setor produtivo. Não adianta dar com uma mão e tirar com
outra. Por isso que a medida provisória do Pis/Cofins foi tão mal recebida no Congresso”,
disse o parlamentar.
Ainda segundo Efraim, o Parlamento não deve aceitar medidas
compensatórias que penalizem os empresários. “As medidas compensatórias não
virão de um sacrifício do setor produtivo, não significarão aumento de
alíquotas, nem aumento de carga tributária, mas receitas novas como o programa
de regularização tributária, refis das multas de agências reguladoras e
programas de atualização dos ativos financeiros no imposto de renda”,
completou.
EBC | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo
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