Bolsonaro confirma revogação da adesão ao Pacto Global para Migração
- 09/01/2019
O presidente Jair Bolsonaro
confirmou a revogação da adesão do Brasil ao Pacto Global para Migração Segura,
Ordenada e Regular. Na sua conta no Twitter, ele afirmou hoje (9) que a
iniciativa foi motivada para preservação dos valores nacionais. “O Brasil é
soberano para decidir se aceita ou não migrantes”, disse o presidente. “Não ao
pacto migratório.”
Em seguida, Bolsonaro justificou
a decisão. “Quem porventura vier para cá deverá estar sujeito às nossas leis,
regras e costumes, bem como deverá cantar nosso hino e respeitar nossa cultura.
Não é qualquer um que entra em nossa casa, nem será qualquer um que entrará no
Brasil via pacto adotado por terceiros."
A decisão foi comunicada ao
Ministério das Relações Exteriores, que orientou o corpo diplomático a
transmiti-la à Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil aderiu ao pacto em
dezembro de 2018.
Histórico
Anteriormente, Bolsonaro e o
ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, criticaram os termos do
pacto. No último dia 2, em Brasília, durante reunião com o secretário de Estado
norte-americano, Mike Pompeo, Bolsonaro afirmou que tinha a intenção de retirar
o Brasil do acordo.
Segundo o presidente, o país vai
adotar critérios rigorosos para a entrada de imigrantes. Após as eleições, ele
afirmou que quem “não passasse pelo crivo” não entraria no país.
Para o chanceler, o pacto é “um
instrumento inadequado para lidar com o problema. "A imigração não deve
ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a
soberania de cada país”.
Acordo
Fechado em 2017 e chancelado no
ano passado, o pacto estabeleceu orientações específicas para o recebimento de
imigrantes, preservando o respeito aos direitos humanos sem associar
nacionalidades. Dos representantes dos 193 países, 181 aderiram ao acordo.
Estados Unidos e Hungria foram contrários. República Dominicana, Eritreia e
Líbia se abstiveram.
No final de 2017, existiam quase
25,4 milhões de refugiados em todo o mundo. Atualmente, apenas dez países
acolhem 60% das pessoas nessa situação. Só a Turquia abriga 3,5 milhões de
refugiados, mais do que qualquer outro país.
O pacto global sobre refugiados
aponta quatro objetivos principais: aliviar a pressão sobre os países
anfitriões, aumentar a autossuficiência dos refugiados, ampliar o acesso a
soluções de países terceiros e ajudar a criar condições nos países de origem, para
um regresso dos cidadãos em segurança e dignidade.
Agenda
Bolsonaro participa, pela manhã,
da transmissão do cargo do Comando da Marinha para o almirante de esquadra
Ilques Barbosa Junior. O presidente
também tem reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e com a
deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).
Agência Brasil
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