Regulamentação de redes sociais no Brasil é inevitável, diz Pacheco
- 09/04/2024
O presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), disse nesta segunda-feira (8) que a regulamentação das redes sociais
no país é inevitável para que não haja discricionariedade por parte das
plataformas.
“O que podemos contribuir para efetivação da solução desse
debate que se travou nos últimos dias é entregar marcos legislativos que sejam
inteligentes e eficientes para poder disciplinar o uso dessas redes sociais no
país”, disse o senador, em entrevista coletiva, após manifestações do
empresário Elon Musk, dono da rede X, sobre decisões do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Segundo Pacheco, é preciso ter uma disciplina legal sobre o
tema, inclusive para evitar que o Poder Judiciário tenha que decidir sobre
questões relativas ao uso das redes sociais sem que haja uma lei que discipline
o assunto.
“Isso acaba gerando controvérsias como essa que nós vimos de
o Poder Judiciário precisar agir em relação a atos antidemocráticos, a
violações de direitos, atentado à democracia e isso ser interpretado como algum
tipo de censura ou inibição da liberdade de expressão”.
Pacheco citou o projeto de lei sobre a regulação das
plataformas digitais, que foi aprovado em 2020 no Senado e agora tramita na
Câmara dos Deputados.
“Considero isso fundamental, não é censura, não é limitação
da liberdade de expressão, são regras para o uso dessas plataformas digitais
para que não haja captura de mentes de forma indiscriminada e que possa
manipular desinformações, disseminar ódio, violência, ataques a instituições.
Há um papel cívico que deve ser exercido pelas plataformas digitais de não
permitir que esse ambiente seja um ambiente de vale tudo vale tudo”.
Outra proposta em debate no Congresso é a que prevê um marco
regulatório sobre o uso da tecnologia de inteligência artificial (IA) no país,
de autoria do próprio senador Rodrigo Pacheco.
O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais,
Alexandre Padilha, considerou “inadmissíveis” os ataques de Musk ao STF. Ele
também ressaltou a necessidade de aprovação da legislação sobre inteligência
artificial, e disse que o governo apoia a proposta, que está sendo relatada
pelo senador de oposição, Eduardo Gomes (PL-TO).
“A melhor resposta que o Brasil pode dar a esse que eu
considero um ataque inadmissível à Suprema Corte e à própria soberania
brasileira é a resposta político-institucional. De um lado, todo apoio ao
trabalho do Judiciário pelos instrumentos de apuração de quem utiliza as redes
sociais para atos criminosos. E ao mesmo tempo, o debate político que o
Congresso Nacional vem fazendo”
Nos últimos dias, Elon Musk publicou uma uma série de
postagens criticando o ministro Alexandre de Moraes e o STF. No sábado (6), ele
usou o espaço para comentários do perfil do próprio ministro no X para
atacá-lo. Na noite de domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk entre os
investigados do chamado Inquérito das Milícias Digitais (Inq. 4.874), que apura
a atuação criminosa de grupos suspeitos de disseminar notícias falsas em redes
sociais para influenciar processos políticos. Na mesma decisão, o ministro
ordena a instauração de um “inquérito por prevenção” para apurar as condutas de
Musk.
EBC |Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
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