Governo quer contribuição previdenciária menor para municípios pobres
- 01/03/2024
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais da
Presidência, Alexandre Padilha, afirmou nesta quarta-feira (28) que o tema da
reoneração da contribuição previdenciária dos municípios, previsto na MP
1202/2023, está em processo de negociação entre a sua pasta, o Ministério da
Fazenda e as três associações que representam as prefeituras no país, para que
se chegue a uma proposta que garanta incentivos tributários aos municípios mais
pobres.
"O governo vai apresentar ao Congresso Nacional uma
proposta que reduza a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamentos
[de salários] para aqueles municípios mais pobres, que têm receita corrente
líquida per capita mais baixa, [uma medida] que seja mais justa. Você não usa a
mesma régua para município rico, que tem alta receita, e para município pobre,
que tem maior dificuldade", afirmou Padilha a jornalistas em Brasília,
após se reunir com líderes do governo no Congresso.
"Vamos fechar essa proposta, no âmbito do Conselho da
Federação, sob coordenação do Ministério da Fazenda e vamos tratar com o
Congresso. Esse debate está na medida provisória. Então, durante a tramitação
da medida provisória e do PL [projeto de lei] no Congresso você pode construir
uma solução", observou o ministro.
Atualmente, os municípios pagam alíquota de 20% de
contribuição. No ano passado, o Congresso Nacional aprovou a redução da
alíquota para 8% em cidades com até 142 mil habitantes. A redução acabou sendo
revertida quando o governo editou a MP 1202, que também retomou a reoneração
previdenciária de 17 setores econômicos, de forma gradual até 2027. Porém, e
reoneração dos setores econômicos acabou sendo revogada ontem (27), pelo
próprio governo, em ato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após acordo com
líderes do Congresso Nacional.
O tema da reoneração das empresas foi apresentado de novo,
dessa vez sob a forma de projeto de lei com urgência constitucional, que não
tem validade imediata como na MP, e precisará ser aprovado antes para entrar em
vigor.
Assinaturas para impeachment
Padilha, que é o ministro responsável pela articulação
política do governo no Legislativo, comentou sobre possíveis medidas a serem
adotadas contra parlamentares que estão em partidos da base aliada e que
assinaram um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
protocolado na semana passada. O pedido foi apresentado após declaração em que
Lula comparou as ações militares de Israel na Faixa de Gaza às ações de Adolf
Hitler contra judeus na 2ª Guerra Mundial.
O pedido para a adoção de providências foi feito na
terça-feira (27) pelo líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado
federal José Guimarães (PT-CE). Segundo ele, em postagem na plataforma X (o
antigo Twitter), "formou-se um consenso de que é incompatível o
parlamentar ser da base do governo, ter relação com o governo e assinar pedido
de impeachment". Sendo assim, ele encaminharia uma lista desses
parlamentares para que Alexandre Padilha reavaliasse eventuais indicações deles
em cargos do governo e outras prerrogativas.
“Ele [Guimarães] não encaminhou nenhuma lista, não tratamos
deste tema ainda. Quando encaminhar a gente vai discutir quais providências,
com toda tranquilidade, com respeito, com o diálogo, o papel que é do governo
respeitando o Congresso Nacional", disse. Padilha ainda disse achar
improvável que quem tenha assinado o pedido de impeachment tenha indicado
aliados para algum cargo no governo federal.
"Não deve existir parlamentar que assinou aquele pedido
de impeachment que tenha indicado o cargo, não deve querer participar desse
governo".
Já sobre pagamento de emendas parlamentares, Padilha foi
enfático ao dizer que não haverá qualquer tipo de retaliação a nenhum
parlamentar. "Em relação às emendas, nunca existiu, nunca existirá, por
parte do governo, qualquer postura discriminatória sobre qualquer votação.
Inclusive, as emendas são impositivas, o governo tem a obrigação de fazê-las.
Nós empenhamos, pagamos, aquilo que está previsto na Constituição, na
lei", afirmou.
Com Inf: EBC|Foto: Fabio
Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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