Relator da reforma do Código Eleitoral vai propor o fim da reeleição
- 01/03/2024
O relator no Senado da proposta que altera o Código
Eleitoral, senador Marcelo Castro (MDB-PI), anunciou nesta quinta-feira (29)
que vai apresentar três propostas de Emenda à Constituição (PEC) para acabar
com a reeleição de prefeitos, governadores e presidente da República. De acordo
com Castro, todas as propostas estabelecerão um mandato de 5 anos. As
diferenças entre os textos são sobre a possibilidade ou não da coincidência das
eleições no país. Ele disse ainda que deve entregar, até a próxima semana, na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o relatório do Código Eleitoral.
Segundo Castro, há um sentimento forte na Casa sobre o fim
da reeleição, mas há divergência sobre a coincidência na data das eleições. O
senador disse que deve apresentar as propostas simultaneamente, para ver qual
vai ter maior aceitação.
“Percebi até agora que há um sentimento majoritário, que o
instituto da reeleição [para cargos majoritários] é uma coisa que a maioria dos
senadores entende que não é benéfico ao regime democrático”, observou. “Sinto
que há um consenso maior entre o fim da reeleição, com mandato de 5 anos e um
consenso menor entre a coincidência das eleições”.
Durante entrevista coletiva após reunião de líderes para
tratar da reforma eleitoral, Castro detalhou as propostas.
A primeira PEC não prevê a coincidência na mesma data para
as eleições gerais para governadores, deputados estaduais e federais, senadores
e presidente da República, e as municipais, para prefeitos e vereadores. Pela
proposta, os prefeitos eleitos no pleito deste ano ficariam no mandato por 4
anos, até 2028, e teriam direito a uma reeleição, já com o mandato de 5 anos.
No caso de governadores e presidente da República, eleitos
em 2026, também ficariam no mandato por 4 anos, até 2030, e teriam direito a
disputar uma reeleição, com mandato de 5 anos, com o intervalo entre os dois
pleitos de 3 anos, em vez de 2, como atualmente.
“As eleições no Brasil ficariam assim: em 2030, eleições
gerais para governador, presidente, senador, deputado federal e estadual; em
2033, eleições municipais, para prefeitos e vereadores; 2035, eleições gerais;
2028, eleições municipais e por aí vai”, explicou.
A segunda proposta prevê um mandato tampão de 2 anos para o
cargo de prefeito. Pela proposta, prefeitos eleitos em 2024 exerceriam os 4
anos de mandato e, em caso de reeleição, um mandato tampão de 2028 a 2030.
No caso dos governadores e presidente da República, como a
eleição está marcada para 2026, o mandato ficaria, como determina a legislação
atual, em 4 anos, ainda com a possibilidade de reeleição, e a disputa para
todos os cargos ocorreria a partir de 2030, já com o mandato de 5 anos.
“Em 2030, teríamos a coincidência das eleições no Brasil.
Elas se dariam todas num ano só, num dia só, para todo mundo. Passariam a
ocorrer em 2030, em 2035, 2040 e assim vai”, disse.
A terceira proposta mantém a coincidência das eleições, mas
descarta o mandato tampão. Nesse caso, a coincidência das eleições passaria a
ocorrer a partir de 2034.
Assim, os governadores e presidente eleitos em 2026 teriam
um mandato de 4 anos, podendo concorrer, em 2030, para uma reeleição pelo mesmo
período. Em relação aos prefeitos, no pleito de 2028 eles seriam eleitos para
um mandato de 6 anos.
A eleição geral ocorreria 2034, depois em 2039, 2044, 2099;
todas seguindo o mandato de 5 anos. Em todas as propostas, os mandatos de
vereadores, deputados estaduais e federais seriam de 5 anos e os senadores
teriam mandato de 10 anos.
Com Inf: AEN | Foto: Lula Marques
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