Seção da Polícia Científica bate recorde de perícias em vestígios cibernéticos em 2024
- 28/02/2024
A Seção de Computação Forense da Polícia Científica do
Paraná celebrou em janeiro um recorde de produtividade, com 584 peças
examinadas. Foi o maior número para um único mês da história da entidade, que
registrou média de 327 por mês em 2023. A média também está acima de 2021, até
então a maior mensal (432), e é bastante superior a 2018, por exemplo, que
encerrou com média de 159. Peças são objetos periciados, como celulares, HDs e
computadores, vídeos, imagens e arquivos de áudio.
A seção, que conta com 34 peritos e um técnico, atua nas
perícias em vestígios cibernéticos, ou seja, nos equipamentos ou dispositivos
que armazenem informações digitais, como aparelhos celulares, máquinas
caça-níquel, notebooks e tablets, ajudando a consolidar inquéritos policiais.
Além disso também são realizadas análises de imagens para reconhecimento
facial, recuperação de vídeos em DVRs e comparação de locutores.
O aumento na quantidade de peças concluídas é fruto de
investimentos em automatização do trabalho, padronização dos exames,
digitalização de processos e nova regulamentação sobre o nível de
aprofundamento de cada um dos exames. Nos últimos anos também houve um aumento
na quantidade de materiais digitais apreendidos nas operações ou das demandas
das investigações para rastreamento das "evidências digitais".
A seção também iniciou 2024 com inovações, como o envio de
transcrição automatizada via inteligência artificial de áudios (como os
enviados via WhatsApp), o que possibilita rastreamento mais rápido diante do
aumento da quantidade de áudios nos celulares, e melhorias na ferramenta de
indexação de evidências, que é o sistema FERA - Forensics Evidence Report
Analyzer, desenvolvido na Polícia Científica e que permite a busca quase
instantânea do conteúdo das evidências digitais.
Todo esse trabalho embasa investigações comandadas pela
Polícia Civil, Ministério Público e o Poder Judiciário. Um exemplo foi a morte
de Tatiana Lorenzetti, em 2020. As perícias nos celulares dos acusados e da
vítima ajudaram a provar que a morte dela não aconteceu em um latrocínio, mas
foi um homicídio encomendado pelo ex-marido da vítima, que foi condenado a 37
anos e seis meses de prisão em regime fechado.
Outro exemplo foi no caso de Tatiane Spitzner, em 2018, no
qual a perícia no computador da vítima contribuiu para a condenação do então
marido da vítima a 31 anos e nove meses de prisão.
"A melhoria contínua do trabalho da Seção, tanto de
processos quando na qualidade, já é parte da cultura que desenvolvemos entre os
servidores. Os resultados são fruto de uma equipe focada e altamente
qualificada, reconhecida nacionalmente, juntamente com as ferramentas e
processos certos para o trabalho, que a cada dia estão mais evoluídos",
afirma o perito criminal e chefe da seção, Henrique Galperin.
“A equipe da computação forense tem se esforçado para manter
um elevado padrão de qualidade e tornar seus processos mais céleres e eficazes.
A melhoria da produtividade reflete o investimento em equipamentos, a
otimização de processos e o engajamento de todo o time, que está focado na
busca por soluções para que os laudos periciais cheguem de forma mais célere
aos inquéritos policiais e processos judiciais, contribuindo diretamente com o
sistema de Justiça”, disse o diretor operacional da PCP, Ciro Pimenta.
Com Inf: Secom Paraná | Foto: Polícia Científica
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