Avança projeto que permite a PM ferido escolher inatividade ou reinserção
- 20/02/2024
A Comissão de Segurança Pública (CSP) aprovou, nesta
terça-feira (20), proposta que dá ao policial militar ou bombeiro militar
gravemente ferido em serviço a chance de escolher entre ir para a inatividade
ou ser reinserido na função. Os membros do colegiado acataram o relatório do
senador Jorge Kajuru (PSB-GO) ao projeto de lei (PL) 5.070/2023. O texto segue
agora para decisão final na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Segundo Kajuru, a legislação atual não prevê esse direito.
Para ele, reaproveitar outros potenciais do profissional ferido é uma medida
eficiente para a administração pública.
— É do interesse da sociedade esse tipo de medida, pois pode
extrair utilidade de seus policiais ao máximo, dentro de suas capacidades, para
o combate à criminalidade. Os dois lados ganham, a sociedade e o policial com
deficiência, o que atende ao critério da eficiência — disse o relator.
Se a proposta virar lei, o militar estadual que optar por
continuar trabalhando deverá ser avaliado por profissionais e ser alocado em
atividade que esteja apto a realizar. Para isso, o texto busca alterar o
Decreto-lei 667, de 1969, que regia as polícias militares e os bombeiros. A
legislação foi parcialmente revogada pela nova lei orgânica dos militares
estaduais (Lei 14.751, 2023), mas ainda possui trechos em vigor.
O projeto, do senador Flávio Arns (PSB-PR), previa o
direito apenas aos policiais militares. Durante a reunião, Kajuru ofereceu
emenda para incluir os bombeiros militares, acatada pelos parlamentares.
Reforma
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que é favorável
ao projeto, mas levantou questionamentos sobre os impactos que o projeto pode
causar à chamada “reforma” militar, forma de inatividade em que o militar é
dispensado definitivamente dos serviços, mas continuam a receber remuneração.
— Por mais que um policial militar possa ir fazer
monitoramento de câmera de segurança (...), ele não tem mais condições de estar
nas ruas. A partir do momento que abre a possibilidade ainda, que sob a
escolha, ele ficaria na ativa de uma forma meio capenga, porque ele está apto
mas não está (...). Pode enfraquecer o instituto da reforma, porque a reforma é
exatamente no sentido de que o servidor não está mais apto ao serviço. Como
ainda vai à CCJ, lá faço uma nova análise para aprimorar ainda mais.
Fuga em Mossoró
Os senadores aprovaram requerimento (REQ 3/2024) do senador
Sergio Moro (União-PR) para debate secreto sobre a fuga de dois presidiários do
estabelecimento de segurança máxima em Mossoró (RN). no dia 14 de fevereiro. A
audiência pública, prevista para ocorrer no dia 27 de fevereiro às 11h, também
tratará de outras possíveis fragilidades do sistema penitenciário federal.
Segundo Moro, o caráter reservado da reunião evitará a publicidade das
vulnerabilidades dos presídios.
— [Deverá ser reservada] para que possamos tratar de
assuntos mais sensívei. Quando se começa a discutir como [um presço] fugiu,
etc, você vai passar um receituário [de fuga] para os presos. Teríamos os
senadores, os convidados e os respectivos assessores — disse Moro.
Com Inf: Agência Senado | Foto: ValterRJ
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