Preço médio do leite pago ao produtor despenca 14% em 2023
- 01/02/2024
O preço do leite captado em dezembro de 2023 subiu 1,2% em
relação a novembro, para R$ 2,0335/litro, segundo levantamento do Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.
Apesar da alta no último mês do ano, o preço médio do leite
pago ao produtor em 2023 foi de R$ 2,4680/litro, 14% menor que o registrado no
ano anterior.
De acordo com o Cepea, a valorização do leite cru em
dezembro se deve à oferta limitada, que vem, inclusive, acirrando a disputa
entre laticínios.
Captação em queda
O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 1,64%
de novembro para dezembro.
Além da questão climática, as margens espremidas dos
pecuaristas explicam a queda na produção de leite.
Custo de produção também caiu em 2023
A pesquisa do Cepea mostra que o Custo Operacional Efetivo
(COE) da pecuária leiteira na “Média Brasil” seguiu em alta em dezembro,
registrando aumento de 0,48% em relação ao mês anterior.
No acumulado de 2023, o COE caiu 4,38% na “Média Brasil” –
redução muito inferior à da receita, resultando em margens apertadas para os
produtores.
O Cepea estima que a margem bruta dos produtores tenha
recuado 67% em 2023, o que explica a diminuição dos investimentos na atividade
e o enxugamento da oferta.
Por outro lado, o aumento no preço do leite ao produtor em
dezembro não se refletiu em altas nas cotações dos derivados.
Segundo pesquisadores do Cepea, os laticínios não
conseguiram fazer o repasse para os canais de distribuição em razão da maior
pressão por preços baixos, do aumento da disputa entre laticínios na venda dos
lácteos e da concorrência com produtos importados.
Importação de leite dispara
As importações de lácteos cresceram 10,5% em dezembro,
chegando a 226,2 milhões de litros em equivalente leite adquiridos, o maior
volume desde setembro/2016, segundo dados da Secex.
Com isso, as compras externas em 2023 somaram 2,25 bilhões
de litros em equivalente leite, quantidade 68,8% maior que a observada em 2022.
A expectativa dos agentes de mercado é que os preços ao
produtor sigam elevados em janeiro, tendo em vista a limitação da oferta.
Porém, como o mercado de derivados tem reagido de forma lenta, a perspectiva é
que as altas possam ser pouco intensas.
Com Inf: Canal Rural | Foto: Freepik
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