Tebet diz que veto a emendas parlamentares pode ser revisto em março
- 26/01/2024
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse
nesta quinta-feira (25) que o governo está fazendo levantamento sobre as
estimativas de receitas para avaliar uma possível revisão do veto de R$ 5,6
bilhões em emendas parlamentares do Orçamento deste ano.
Na última terça-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva sancionou a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, mas vetou cerca de um
terço das emendas parlamentares de comissão, um tipo de emenda coletiva
designado pelas comissões temáticas do Congresso. Estavam previstos R$ 16,7
bilhões nestas ações, mas, com o veto, a previsão caiu para R$ 11,1 bilhões. O
veto ainda pode ser derrubado pelos parlamentares.
"Nós tivemos que fazer vetos e os vetos não são
simples. Eu não posso pegar uma parte da ação e da programação e cortar. Ou eu
corto a linha de programação inteira ou não posso cortar. Como eu não sei os
acordos do Congresso Nacional que foram feitos, aquilo que eles realmente fazem
questão, nós fizemos provisoriamente um primeiro veto nas ações, nas linhas de
programação, e podemos, lá para fevereiro, fazer qualquer alteração, como
sempre fizemos, no momento certo", afirmou a ministra, após participar do
lançamento da Agenda Transversal Ambiental do governo federal, em Brasília. O
documento que sistematiza as ações do Plano Plurianual 2014/2027 na área de
meio ambiente.
Tebet justificou a necessidade de corte à queda na inflação,
que reduz a arrecadação de tributos, e também à estimativa de receitas após a
aprovação de medidas econômicas no ano passado, que resultaram em projeções
menores de arrecadação.
"Vários fatores nos levaram a este corte. Primeiro, o
IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo], graças a Deus, foi menor do que o
previsto. Significa menos inflação, comida mais barata na mesa dos brasileiros,
e isso significa menos arrecadação. Nós preferimos arrecadar menos do que ter
um processo inflacionário no Brasil e perder o controle", argumentou a
ministra.
"Agora, nós temos que ver as ações, as medidas
provisórias e os projetos de lei que nós apresentamos e o Congresso aprovou no
final do ano, o que isso significa em receita real. Aquilo tinha estimativa de
receita a depender de como o Congresso aprovasse. O Congresso não aprovou tudo
do jeito que nós queríamos, o que faz parte do jogo democrático, nem
esperávamos que votariam 100%. Vamos fazer o levantamento. Ainda temos a
questão da medida provisória da desoneração. Vamos chegar num meio-termo? Vamos
chegar num consenso? De que forma é, quanto vai valer para 2024, quanto vai
valer para 2025? Portanto, só após do carnaval eu acredito que nós vamos ter
sinalização do que estamos falando de estimativa de receita para o ano de
2024", acrescentou a ministra.
Ainda segundo Tebet, no próximo Relatório Bimestral de
Avaliação de Receitas e Despesas do governo federal, que será apresentado na
segunda quinzena de março, será possível ter clareza sobre o que fazer em
relação a recomposição dos cortes.
Com Inf: EBC | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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