Arquidiocese de SP arquiva investigação sobre padre Júlio Lancellotti
- 25/01/2024
A Arquidiocese de São Paulo arquivou a investigação sobre o
padre Júlio Lancellotti, da Pastoral de Rua da capital paulista. Segundo a
entidade, o vídeo de conteúdo sexual foi divulgado em 2020 e já era investigado
pela Cúria Metropolitana paulista.
“A Arquidiocese de São Paulo, não chegando à convicção
suficiente sobre a materialidade da denúncia e considerando as conclusões do
MPSP [Ministério Público de São Paulo], bem como da Justiça Paulista, também
decidiu pelo arquivamento e informou a Santa Sé”, diz nota da organização.
De acordo com o advogado de Lancellotti, Luiz Eduardo
Greenhalgh, trata-se de uma montagem, um vídeo fake (falso).
No início de janeiro, o material havia sido entregue ao
presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), pelo
vereador Rubinho Nunes, do mesmo partido. Nunes é o autor do requerimento de
comissão parlamentar de inquérito (CPI) que pretende investigar o padre
Lancellotti e organizações sociais que apoiam pessoas em situação de rua no
centro de São Paulo.
O vídeo foi entregue à Cúria Metropolitana na segunda-feira
passada (22). Também fora levado ao Ministério Público. O material contém uma
suposta videochamada entre um homem que alegaram ser o padre e um rapaz menor
de idade. O conteúdo passou por procedimento investigativo. O MPSP também
investigou o caso, concluindo que não há materialidade na denúncia e arquivou o
inquérito.
A Arquidiocese informa ainda que permanece atenta a
elementos verdadeiros sobre os fatos denunciados, mantendo distância de
interesses ideológicos e políticos.
Sete vereadores paulistanos que assinaram o documento para a
instauração da CPI já retiraram o apoio. Os parlamentares se disseram enganados
pelo autor da CPI, uma vez que o texto não mencionava o padre.
Íntegra do posicionamento da Arquidiocese de São Paulo:
"A Arquidiocese de São Paulo, mediante ofício enviado
por e-mail ao vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de São
Paulo, no dia 6 de janeiro, protocolado na Câmara Municipal no dia 8 sucessivo,
solicitou-lhe que fosse enviado o material referente à suposta denúncia contra
o Padre Júlio Renato Lancellotti.
Finalmente, na tarde do dia 22 de janeiro, o material foi
entregue na Cúria Metropolitana de São Paulo. Tomado conhecimento do material
recebido, constatou-se que se trata do mesmo conteúdo divulgado em 2020.
Naquela ocasião, a Cúria Metropolitana de São Paulo, conforme prescrevem as
normas da Igreja para esses casos, realizou um procedimento investigativo para
apurar a denúncia recebida.
Concomitantemente, o Ministério Público de São Paulo (MPSP)
passou a investigar a dita denúncia, conforme inquérito aberto junto ao Setor
de Atendimento de Crimes da Violência contra Infante, Idoso, Pessoa com
deficiência e Vítima de tráfico interno de pessoas.
O MPSP, considerando ausência de materialidade, a seu tempo,
emitiu parecer contrário à instauração de uma ação penal, acompanhado pelo D.
Juiz que decidiu pelo arquivamento do inquérito.
A Arquidiocese de São Paulo, não chegando à convicção
suficiente sobre a materialidade da denúncia e considerando as conclusões do
MPSP, bem como da Justiça Paulista, também decidiu pelo arquivamento e informou
a Santa Sé.
Distante de interesses ideológicos e políticos, com
serenidade e objetividade, a Cúria Metropolitana de São Paulo permanece atenta
a ulteriores elementos de verdade sobre os fatos denunciados."
Com Inf: EBC | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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