Projeto proíbe questão com viés ideológico no Enem e em concursos
- 22/01/2024
Frequentemente questões do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) ou de concursos públicos têm se alvo de questionamentos por trazerem,
segundo os críticos, apontamentos com viés ideológico. Para combater isso, um
projeto de lei do senador Cleitinho (PL-MG) veda a utilização desses conteúdos
nas provas. A proposta ainda não foi encaminhada para análise das
comissões.
De acordo com o PL 6.138/2023, fica proibida a utilização de
questões com viés ideológico nas provas do Enem, de concursos públicos e de
vestibulares de universidades públicas.
Ainda conforme o texto, caso a medida não seja cumprida, a
banca examinadora ficará sujeita à penalidade de suspensão de até cinco anos na
participação de concursos públicos e vestibulares de universidades públicas e
multa, nos termos de regulamento.
Cleitinho defende na justificação do projeto que que as
avaliações devem buscar a imparcialidade, selecionando os candidatos pelo crivo
técnico com a apresentar de múltiplas perspectivas, promovendo o “pensamento
crítico, independentemente do viés ideológico dos examinadores”.
Ele lembra que na aplicação do último Enem, em novembro de
2023, a bancada do agronegócio e de oposição ao governo buscou anular questões
do Enem por, segundo eles, apresentarem críticas ao setor com "cunho
ideológico e sem critério científico e acadêmico". Na oportunidade, a
Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que possui 347 congressistas, cobrou
explicações do ministro da Educação, Camilo Santana.
A questão em referência tinha um texto que dizia que, no
Cerrado, o "conhecimento local" está subordinado "à lógica do
agronegócio" e o "capital impõe conhecimentos biotecnológicos"
que trazem consequências negativas. O trecho em questão faz parte de um artigo
que foi publicado na Revista de Geografia da Universidade Estadual de
Goiás.
“A utilização dessas questões, a exemplo do que aconteceu no
último Enem com relação a questões que criam uma imagem negativa do
agronegócio, condiciona o que é ensinado nas escolas para os anos seguintes, o
que coloca em risco todo o sistema educacional. Com efeito, é natural que as
pessoas tenham suas ideologias e envolvimento na política, mas isso deve ficar
fora do ambiente escolar e desses exames de seleção pública, sob pena de que se
naturalize a aceitação como fato daquilo que é apenas uma opinião política”,
afirma o senador.
Com Inf: Agência Senado | Foto: Andrea Rego Barros/Pref.
Recife
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